Crise

Americanas negocia empréstimo de ao menos R$ 1 bi com bancos

Crédito seria usado para financiar o capital de giro da empresa, mantendo as operações da companhia

Fachada das Lojas AmericanasFachada das Lojas Americanas - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

A Americanas informou na noite desta terça-feira (31), que discute com o seu trio de acionistas de referência , Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, a negociação com bancos de um empréstimo na modalidade DIP (da expressão em inglês debtor in possession), espécie de empréstimo-ponte característico para empresas em recuperação judicial, no valor mínimo de R$ 1 bilhão.

A ideia é dar fôlego às operações da empresa com a manutenção do fluxo de caixa. No entanto, a falta de garantias vem gerando impasse nas negociações, apontou uma pessoa com conhecimento das conversas.

A Americanas informou que há a possibilidade de os acionistas de referência “subscreverem até a totalidade do valor mínimo”, o que indicaria um aporte deles no mesmo valor.

“O financiamento DIP visa ajudar a companhia a manter o curso normal de seus negócios e reforçar sua liquidez”, diz outro trecho do comunicado da empresa. “O financiamento DIP poderá ser eventualmente substituído por novo financiamento, conversível em ações da companhia, e que assegurará o direito de preferência de todos os acionistas”.

O DIP (debt in possession), na prática, é um financiamento para empresas em recuperação judicial. A Americanas entrou com pedido de proteção dos credores neste mês, com dívida superior a R$ 40 bilhões. Segundo a fonte, um dos motivos da recuperação judicial ser protocolada logo teria sido justamente viabilizar esse empréstimo.

— O que os acionistas estão trabalhando é ancorar um DIP que tenha senioridade a qualquer crédito sujeito a recuperação judicial — explicou a fonte.

Ou seja, tenha prioridade no recebimento dos créditos em relação aos credores.

O crédito DIP não entra na fila de pagamentos prevista na recuperação judicial e tem prioridade no recebimento. Na prática, garante que o devedor continue a gerar caixa para manter sua operação.

Este DIP deveria ser focado para financiar o capital de giro da empresa, lembrou a fonte.

— Para o varejo, isso é importantíssimo — disse a fonte. Ainda não se sabe se o trio vai aportar parte desse valor.

As negociações com os bancos envolvem as garantias que serão pedidas para conceder os recursos. Se não houver garantias, os acionistas de referência podem ancorar o DIP ou parte dele.

— As negociações estão intensas e envolvem as garantias — disse a fonte.

Por isso, o valor ainda pode mudar.

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