Americanas negocia empréstimo de US$ 2 bilhões com bancos
Crédito seria usado para financiar o capital de giro da empresa, mantendo as operações da companhia
O trio de acionistas de referência da Americanas, Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, está em negociação com bancos para obter um empréstimo de US$ 2 bilhões, chamado de DIP. A ideia é manter o fluxo de caixa da empresa para manter as operações. O que vem gerando impasse são as garantias que estão sendo exigidas, diz a fonte.
O DIP (debt in possession), na prática, é um financiamento para empresas em recuperação judicial. A Americanas entrou com pedido de proteção dos credores neste mês, com dívida superior a R$ 40 bilhões. Segundo a fonte, um dos motivos da recuperação judicial ser protocolada logo teria sido justamente viabilizar esse empréstimo.
— O que os acionistas estão trabalhando é ancorar um DIP que tenha senioridade a qualquer crédito sujeito a recuperação judicial — explicou a fonte.
Ou seja, tenha prioridade no recebimento dos créditos em relação aos credores.
O crédito DIP não entra na fila de pagamentos prevista na recuperação judicial e tem prioridade no recebimento. Na prática, garante que o devedor continue a gerar caixa para manter sua operação.
Este DIP deveria ser focado para financiar o capital de giro da empresa, lembrou a fonte.
— Para o varejo, isso é importantíssimo — disse a fonte. Ainda não se sabe se o trio vai aportar parte desse valor.
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As negociações com os bancos envolvem as garantias que serão pedidas para conceder os recursos. Se não houver garantias, os acionistas de referência podem ancorar o DIP ou parte dele.
— As negociações estão intensas e envolvem as garantias — disse a fonte.
Por isso, o valor ainda pode mudar.
Segundo essa fonte, há outras possibilidades na mesa de negociações sendo discutidas. O trio poderia ser o financiador ou ancorar a operação. Nesse caso, eles não iriam precisar dar garantias para eles mesmos. Em caso de calor, o risco seria deles.