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AMERICANAS

Americanas: Presidente da CPI diz que auditorias serão convocadas; veja os próximos passos

Deputado Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE) afirma ser necessário ouvir empresas supostamente envolvidas em fraude

Leonardo Coelho, CEO da Americanas Leonardo Coelho, CEO da Americanas  - Foto: Andressa Anholete

O presidente da CPI da Americanas, deputado Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE), afirmou ao Globo que ex-diretores e representantes das auditorias KPMG e PwC serão convocados a prestar depoimento na Câmara dos Deputados.

Nesta terça-feira, o CEO da empresa, Leonardo Coelho Pereira, disse que as auditorias permitiram a alteração de cartas de controles a pedido da diretoria da companhia Americanas.

— Acredito que após as declarações do CEO ontem, ex-diretores e representantes das auditorias deverão ser convocados. Já temos alguns (requerimentos) apresentados faltando apenas pautar e aprovar — disse Gustinho Ribeiro.

De acordo com o CEO da Americanas, um relatório inicial da KPMG, por exemplo mostrava "deficiências significativas nas balanços da empresa", no início de 2017. Esse não foi divulgado e acabou sendo foi substituído por uma carta de "recomendações que merecem atenção da Administração", sem apontar as deficiências anteriores.

Os deputados da CPI se reúnem nesta quarta-feira para desenho dos próximos passos das investigações após as revelações do fato relevante divulgado pelo Americanas, assumindo a fraude. Uma nova sessão da CPI está convocada para próxima terça-feira, dia 20.

A CPI estuda ainda o convite ou convocação a representantes dos bancos citados no relatório de fraude da Americanas, como Itaú e Santander.

Leonardo Coelho Pereira disse que os bancos citados em trocas de emails e mensagens entre ex-diretores da Americanas, como Itaú e Santander, aceitaram modificar a redação de cartas de risco sacado para suavizar a real situação da dívida da companhia.

— Com relação a Itaú e Santander, se eles foram enganados na troca de emails. Não, aquela troca de emails não se trata disso. Ali também, naqueles exemplos, tem os bancos suavizando um teor. Se eu não me engano, ali estava "trocar sacado por emitido". Consigo dizer que os documentos mostram uma troca de informações entre os bancos e pessoas de dentro da companhia, puxados por pessoas da companhia. Os bancos mencionados aceitam suavizar a redação da carta — disse

Dívida de R$42 bilhões e fraude de R$25,3 bilhões
O CEO da Americanas declarou ontem que o esquema de fraude da empresa contava com a criação de contratos fictícios de publicidade com fornecedores. A partir deles, a companhia conseguia reduzir os custos e compensar o déficit de dívida que tinha com bancos.

Leonardo Coelho Pereira mostrou uma troca de emails entre antigos diretores, com planilhas que mostram números diferentes de prejuízos e lucros. Um número era apresentado para os funcionários internamente e outro para o conselho administrativo.

Os documentos possuem uma coluna com a nomenclatura "visao interna", apresentando um prejuízo de 733 milhões. Outra coluna com a nomenclatura "visão conselho" mostrava lucro de 2,8 bilhões.

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