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TJSP

Americanas recorre para impedir busca e apreensão de e-mails de diretores e conselheiros

Varejista diz que iniciativa do Bradesco é uma "postura predatória de credores açodados"

Fachada das Lojas AmericanasFachada das Lojas Americanas - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

A Americanas entrou com recurso na tarde desta sexta-feira (27) no Tribunal de Justiça de São Paulo para tentar barrar a vitória obtida pelo Bradesco ontem, que obteve liminar com autorização para que fossem aprendidos e-mails de diretores e conselheiros da companhia nos últimos dez anos.

Na petição, a varejista pede a anulação da liminar. Na ação, a empresa diz não discorda que os fatos que ocasionaram as "inconsistências contábeis" de R$ 20 bilhões devem ser objeto de efetiva apuração, mas lembra que "a pressa, como diz o ditado popular, é inimiga da perfeição". Para a empresa, "uma apuração rápida não constituí sinônimo de apuração efetiva".

A Americanas diz ainda que a iniciativa do Bradesco é uma "postura predatória de credores açodados". Além do Bradesco, o Santander também entrou com recursos pedindo que fossem apresentados documentos e mensagens de WhatsApp, Telegram e e-mails trocados ao longo da última década. Safra e Itaú também fizeram pedidos semelhantes. O pedido do Itaú havia sido negado.

A varejista classificou o movimento dos bancos de "conluio das instituições". A Americanas disse que "a apuração de eventual fraude interessa não apenas ao Bradesco, mas ao próprio Grupo Americanas e a todos os seus demais credores". Destacou ainda na petição que a averiguação "não pode ser promovida de forma atabalhoada, com dispêndio de recursos excessivos e com diligências improdutivas e inócuas".

Ao destacar que o Bradesco pediu uma "profunda e fundamental investigação no seio da companhia, com a realização de uma perícia contábil" para apurar as inconsistências contábeis, a Americanas diz que o Bradesco "não é Ministério Público". Segundo a varejista, "o Bradesco não detém, portanto, nem legitimidade ativa, tampouco interesse processual para um pleito dessa magnitude".

A companhia afirmou que o pleito é totalmente improdutivo e que tem como objetivo "apenas a tumultuar o andamento do processo".

A varejista alegou ainda que a produção antecipada de provas serve para apuração de um fato específico e não pode ser utilizado para promover uma investigação profunda e ampla, tal como pretende o Bradesco. A Americanas lembrou ainda que o pedido deveria ser feito ao Tribunal de Justiça do Rio, onde está correndo o processo de recuperação judicial.

Ao citar os pedidos semelhantes dos outros bancos, a Americanas diz que a produção de inúmeras perícias ou provas orais com o mesmo objeto "apenas provoca insegurança jurídica a todos os envolvidos".

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