Crise da Americanas

Americanas: Recuperação judicial da empresa será a 4ª maior da história no Brasil; veja ranking

O pedido foi feito em caráter de urgência e a empresa informou contar com 16.300 credores, que serão divulgados em 48 horas

Lojas AmericanasLojas Americanas - Foto: Reprodução

A recuperação judicial da Americanas, quando sancionada, será a quarta maior da história entre as operações já realizadas no Brasil. É o que mostra levantamento feito pelos escritórios de advocacia Lara Martins Advogados e Mingrone e Brandariz, especializados em recuperação judicial.

Nesta quinta-feira (19), a varejista entrou com pedido de recuperação judicial e informou ter uma dívida de cerca de R$ 43 bilhões. O pedido foi feito em caráter de urgência e a empresa informou contar com 16.300 credores. A lista desses credores será apresentada em 48 horas.

Acima da Americanas, aparecem a Odebrecht (R$ 80 bilhões), Oi (R$ 65 bilhões) e Samarco (R$ 55 bilhões). Depois da varejista, figuram na lista a Sete Brasil (R$ 19 bilhões) e OGX (R$ 12,3 bilhões).

O objetivo da recuperação judicial é assegurar a continuidade da empresa e evitar que ela quebre.

Ao recorrer à Justiça, a companhia consegue blindar seu caixa da cobrança dos credores por um período de 180 dias (que podem ser prorrogados pelo juiz da recuperação). Nesta etapa, a empresa deve iniciar negociação com os credores para formular um plano de recuperação, que precisa ser aprovado em assembleia pelos credores.

Como explica o sócio do Mingrone e Brandariz Advogados e residente da Comissão de direito empresarial da OAB Pinheiros, Fernando Brandariz, após a publicação do deferimento, o grupo tem o prazo de 60 dias para apresentar o plano de recuperação judicial aos credores.

— É muito provável que seja deferido o processamento da recuperação judicial, com a consequente determinação de suspender todas as ações e execuções existentes contra o grupo — destaca Brandariz.

Em outros processos de recuperação judicial já realizados no Brasil, os credores acabaram aceitando um grande desconto em suas dívidas ao fim de um longo período de negociação. Foram os casos da Oi, Varig, entre outros.

Na terça-feira, a Americanas anunciou a contratação de Camille Loyo Faria como diretora financeira e de relações com investidores da companhia. Ela deve iniciar seu mandato no próximo dia 1º de fevereiro.

Camille é ex-diretora de finanças e de relações com investidores da TIM e ocupou o mesmo cargo na Oi entre novembro de 2019 a agosto de 2021, período em que a empresa estava em recuperação judicial.

O pedido de recuperação judicial é mais um passo na crise instaurada sobre a companhia após o anúncio da descoberta de inconsistências contábeis em seus balanços.

Desde então, a Americanas entrou em uma batalha judicial com diversos bancos na Justiça, com as instituições financeiras tentando limitar seu prejuízo futuro. De lá para cá, os papéis da varejista na Bolsa tombaram de R$ 12 para menos de R$ 2.

Veja o ranking:

Obebrecht - R$ 80 bilhões – ainda em processo. Iniciada em 2019

Oi - R$ 65 bilhões – finalizado após seis anos, em dezembro de 2022

Samarco - R$ R$ 55 bilhões – ainda em processo, desde 2021

Americanas (ainda aguarda ser aceita) - R$ 43 bilhões

Sete Brasil - R$ 19 bilhões - ainda em processo de RJ. Iniciado em 2016

OGX - R$ 12,3 bilhões - iniciado em 2014 e finalizada em 2017

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