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NEGÓCIOS

Americanas suspende processo de venda das redes Hortifruti e Natural da Terra. Entenda por quê

Companhia confirma oferta de interessado, mas interrompe processo para se concentrar na finalização do seu aguardado balanço financeiro

Fachada de loja da Hortifruti em Vila Velha (ES)Fachada de loja da Hortifruti em Vila Velha (ES) - Foto: Reprodução/Google Street View

A Americanas informou nesta terça-feira (7) que interrompeu o processo de venda das redes Hortifruti e Natural da Terra, que formam a HNT, uma de suas unidades de negócio postas à venda no âmbito de sua recuperação judicial, iniciado em janeiro após a descoberta de um rombo contábil bilionário que a própria empresa classifica como fraude.

Em dois comunicados ao mercado, a companhia confirmou que recebeu uma proposta de compra das redes de hortifrutigranjeiros da rede de supermercados St Marche, controlada pelo fundo de participações em empresas L.Catterton, conforme publicou na sexta-feira o Valor a partir do relato de fontes a par das conversas.

A Americanas confirmou que, após receber a proposta, iniciou uma negociação exclusiva com a empresa interessada e que o valor de R$ 700 milhões estimado pelo jornal como provável valor do negócio está dentro da "faixa ampla de preço indicativo para a aquisição" que consta da proposta não-vinculante recebida. O valor é muito abaixo do que a empresa pagou originalmente pela HNT: R$ 2,1 bilhões, em 2021.

No entanto, a Americanas informou que decidiu suspender temporariamente as negociações e prospecções de interessados na venda da HNT "com o objetivo de manter os times da Americanas e do HNT focados nas respectivas operações, assim como concentrar esforços na finalização das DFs 2021 e 2022 e na aprovação do Plano de Recuperação Judicial da Companhia a ser oportunamente submetido à Assembleia Geral de Credores".

O termo DFs é uma referência às demonstrações financeiras da companhia relativas a 2021 e 2022, que a atual gestão da Americanas se comprometeu a refazer após a revelação da fraude contábil de mais de R$ 20 bilhões e a decorrente recuperação judicial que suspendeu o pagamento de uma dívida total de R$ 42,5 bilhões.

Num dos comunicados, a Americanas afirma que "não tem planos de retomar os processos" de venda do HNT e também da Uni.Co (outro negócio, que controla a varejista Imaginarium, cujo processo de venda já havia sido suspenso pela empresa) "no curto prazo".

A empresa argumenta que, apesar de importantes para a aprovação do plano de recuperação judicial e de pagamento dos credores, a venda das duas unidades de negócio "só fazem sentido dentro de determinados parâmetros, principalmente de preço, mas também de condições de mercado, competição por recursos internos, gestão dos times, entre outros. A Americanas seguirá monitorando esses parâmetros para verificar a conveniência de retomar tais processos no futuro".

Sem balanço
Durante todo este ano, a Americanas não divulgou balanço financeiro. A última data prevista para o balanço do ano passado, 31 de outubro, não foi cumprida. A empresa adiou a divulgação para 13 de novembro.

Os números são aguardados por investidores, agentes de mercado e credores, que terão de aprovar o plano de recuperação judicial da companhia. Dentro desse plano está a venda de ativos como o HNT, que tem 75 lojas no país, sendo a rede Hortifruti mais conhecida no Rio de Janeiro, e a Natural da Terra, em São Paulo.

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