TECNOLOGIA

Anatel vai antecipar 5G em cidades próximas a metrópoles

Agência já autorizou que, a partir deste ano, as operadoras passem a oferecer a tecnologia nas cidades com 500 mil habitantes

Sede AnatelSede Anatel - Foto: Divulgação/Anatel

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deve antecipar a autorização para implementar o 5G em mais de mil cidades do país, disse ao Globo o presidente do órgão regulador, Carlos Baigorri. A tecnologia está sendo implementada gradualmente e já está disponível em todas as capitais do país (mas não necessariamente por toda a cidade).

A agência já autorizou que, a partir deste ano, as operadoras passem a oferecer a tecnologia nas cidades com 500 mil habitantes. O que a Anatel fará agora é permitir que as operadoras cidades conurbadas a esses municípios também recebam o 5G, mesmo que tenham poucos habitantes.

É preciso uma autorização da Anatel porque é a agência quem libera a faixa de frequência das redes. Essa faixa precisa ser “limpa” com a instalação de filtros em antenas parabólicas.

— A gente está vendo um grande apetite por parte das empresas, elas estão implementando o 5G muito mais do que elas têm obrigação — disse Baigorri. — Em vez de liberar só o município de 500 mil habitantes, fazermos uma abordagem por clusters. Então todos aqueles municípios que fazem parte de um mesmo agrupamento, a gente vai liberar de uma vez.
 

Pelo cronograma oficial, cidades com mais de 200 mil habitantes só receberiam a tecnologia a partir de 2026, num calendário que segue até 2029 — quando será necessário atender 100% dos municípios com população igual ou superior a 30 mil habitantes (no mínimo 1 antena para cada 15 mil habitantes).

— A gente vai liberar municípios que pelo cronograma só seriam liberados lá na frente, liberando o uso da faixa em mil municípios neste ano, que é bem mais do que estava previsto no edital.

As empresas, porém,não necessariamente precisarão instalar o 5G em cidades com menos de 500 mil habitantes. Elas só obrigadas a fazer apenas o que está no edital.

— Uma coisa é a gente liberar a faixa, outra coisa é eles implantarem. A obrigação deles é implantar na data do edital. Mas o que a gente tem percebido é que o apetite das empresas é de fazer bem mais do que está no edital — disse Baigorri.

Há entraves enfrentados pelas empresas na infraestrutura. Segundo levantamento da Conexis Brasil Digital, que reúne as empresas de telecomunicações e de conectividade, dez dos 26 municípios com mais de 500 mil habitantes não têm leis específicas para a instalação de antenas e demais infraestruturas necessárias para a nova tecnologia.

O levantamento não considera as capitais, que já têm 5G desde o segundo semestre do ano passado. Apenas as cidades de regiões metropolitanas ou do interior incluídas na nova etapa de expansão do sinal foram incluídas. As cidades que precisam adequar a legislação para receber a tecnologia são Ananindeua (PA), Aparecida de Goiânia (GO), Belford Roxo (RJ), Campinas (SP), Guarulhos (SP), Nova Iguaçu (RJ), Osasco (SP), São Bernardo do Campo (SP), Serra (ES) e Vila Velha (ES).

Baigorr também afirmou que a Anatel monitora a qualidade a qualidade do serviços e que não há preocupação sobre isso neste momento.

— Não percebemos ainda nas reclamações no nosso call center algum significativo em termos de reclamação, até mesmo porque a base do 5G é pequena — afirmou.

— As empresas estão fazendo o lançamento comercial no mesmo momento em que implanta a rede. Nas últimas gerações, ficava um período de otimização. sso é bom porque acelera o orçamento do 5G, mas traz algumas preocupações, porque o alguns problemas de qualidade no começo aparecem, mas eles são ajustados, mas tudo isso é natural de uma tecnologia nova. A gente está monitorando.

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