CONTA DE ENERGIA

Aneel propõe reajuste da bandeira tarifária, mas diz que cobrança extra não deve voltar em 2022

Aumento em discussão chega a 57%

Conta de luzConta de luz - Foto: Pixabay

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs nesta terça-feira um reajuste de até 57% nos valores das bandeiras tarifárias, cobrança adicional aplicada nas contas de luz quando o custo da produção de energia aumenta por conta do uso maior de usinas termelétricas.

O reajuste é um procedimento anual. Apesar dos reajustes propostos, a diretoria da Aneel informou que a tendência é que a conta de luz dos consumidores fique sem essa cobrança extra até o fim deste ano, devido à recuperação dos reservatórios das hidrelétricas. Cabe à Aneel acionar as bandeiras todos os meses.

A agência abriu uma consulta pública, que receberá contribuições entre 14 de abril e 4 de maio. O assunto será discutido de maneira definitiva depois dessa data.

Pela proposta da agência, os valores das bandeiras amarela e vermelha patamar 1 vão aumentar 56% e 57%, respectivamente. Já a bandeira vermelha patamar 2, a mais cara, terá redução de 1,7%. Na bandeira verde, não há cobrança extra.

De acordo com a Aneel , há 97% de chance de a bandeira ficar na cor verde, sem cobrança, até o fim do ano. A informação já havia sido divulgada também pelo diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, na segunda-feira.

Na semana passada, o governo anunciou a antecipação do fim da bandeira excepcional "escassez hídrica", que adicionou à conta de luz R$ 14,20 a mais para cada 100 quilowatts/hora (kWh) consumidos.

Com isso, a bandeira tarifária verde começa a vigorar a partir deste sábado, ou seja, chega ao fim o custo adicional para o consumidor. Porém, a cobrança extra pode voltar a partir de 2023, a depender do custo para produção de energia.

— Diante desse período úmido que estamos tendo e diante de um estudo que o ONS apresentou à Aneel, a possibilidade de a bandeira ser verde nos meses subsequentes, até dezembro, em todos os casos, é superior a 97%. Então, há um forte indicativo de que até dezembro não teremos o acionamento da bandeira amarela nem vermelha, ficaremos na bandeira verde — afirmou o diretor-geral da Aneel, André Pepitone.

O diretor Sandoval Feitosa, relator do processo, afirmou que os principais motivos que levaram à alta dos valores foram a inflação acumulada no período; o custo de geração de energia, que dobrou devido à alta dos combustíveis; e o custo da contratação de energia de reserva, realizada em leilão no ano passado.

Já a bandeira vermelha patamar 2 teve um decréscimo devido à mudança de metodologia. No ano passado, essa bandeira teve sua metodologia de cálculo mudada devido à crise hídrica.

Pela proposta apresentada pela Aneel nesta terça-feira, os novos valores das bandeiras tarifárias seriam:

    Bandeira verde - continua sem cobrança adicional;

    Bandeira amarela - de R$ 1,874 para R$ 2,927 a cada 100 kWh consumidos (+ 56%);

    Bandeira vermelha patamar 1 - de R$ 3,971 para R$ 6,237 a cada 100 kWh consumidos (+ 57%);

    Bandeira vermelha patamar 2 - de R$ 9,492 para R$ 9,330 a cada 100 kWh consumidos (-1,7%).

 

Veja também

Wall Street fecha em baixa após corte nos juros pelo Fed
Bolsa de Nova York

Wall Street fecha em baixa após corte nos juros pelo Fed

Nova Lei Geral do Turismo garante R$ 6 bi em investimentos para aviação
Setor aéreo

Nova Lei Geral do Turismo garante R$ 6 bi em investimentos para aviação

Newsletter