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PAGAMENTO

Apesar de avanço do Pix, população ainda tem hábito de guardar notas e moedas, diz BC

Estoque de dinheiro em espécie em circulação aumentou na pandemia e segue bem acima de 2019

Foto: Pixabay

Apesar do avanço do Pix nos últimos três anos, que se tornou o principal meio de pagamento do país, a demanda por cédulas e moedas do real ainda está em um nível alto e maior do que o período pré-pandemia, em 2019, destaca o Banco Central. Para o BC, a suposta contradição é explicada pelo hábito que a população brasileira ainda cultiva de guardar dinheiro em espécie, ou seja, de usar a moeda como reserva de valor, em vez de meio de pagamento.

Segundo a pesquisa "O brasileiro e sua relação com o dinheiro", o uso do Pix pela população brasileira subiu de 46% para 76,4% entre 2021 e 2024. Além disso, o serviço de pagamento instantâneo lançado pelo BC em novembro de 2020 já é o preferido de 46% dos consumidores, contra 17% há três anos.

Atrás do Pix, vem o cartão de débito, utilizado por 69,1% da população e o mais frequente para 17,4%. Logo depois, vem o dinheiro, com uso por 68,9% e preferência de 22%.

Apesar da queda da utilização do dinheiro como meio de pagamento, atualmente há R$ 350 bilhões de numerário em circulação, 25% a mais do que em dezembro de 2019. O montante atual é apenas um pouco menor do que, no fim de 2020, quando foi registrado o maior número de dinheiro em circulação, de R$ 370 bilhões.

Para o chefe do Departamento de Meio Circulante do BC, Antônio Medina, há uma herança do período incerto da pandemia de covid-19.

Vemos por um lado uma queda de uso do dinheiro, mas manutenção do estoque de meio circulante --- disse Medina --- Ainda é fruto de uma certa insegurança por parte da sociedade. Em 2020, na pandemia, o dinheiro não retornava ao banco. É um comportamento típico de insegurança --- explicou.

Com o avanço dos meios de pagamento digitais, o diretor de Administração do BC, Rodrigo Teixeira, acrescentou que as cédulas estão circulando menos, mas ainda são mantidas pela população em casa ou na carteira para casos de emergência.

--- Não tem relação direta como uso do dinheiro. A população ainda tem o hábito de guardar o dinheiro.

Por isso, Teixeira afirmou que a autarquia não tem planos de reduzir a aquisição, via Casa da Moeda, de dinheiro em espécie.

--- Por ora, não dá para dizer só pelo resultado da pesquisa que a demanda por numerário vai diminuir. Esperamos isso para frente, mas talvez seja em um prazo mais longo, é uma questão cultural --- disse

Medina acrescentou que a aquisição do numerário pelo BC na Casa da Moeda cumpre três objetivos: a demanda da população, a recomposição de reserva estratégica da autoridade monetária e a substituição de cédulas desgastadas - maior motivo atualmente, principalmente as de pequeno valor, de R$ 2, R$ 5 e R$ 10.

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