Apesar de reajuste da Petrobras, gasolina e diesel ainda são vendidos a preços defasados no Brasil
Segundo a Abicom e GSB Consultants, diferença oscila entre 8% e 11%
Apesar do reajuste anunciado pela Petrobras de 18,8% na gasolina e 24,9% no diesel, os valores dos combustíveis vendidos no Brasil ainda estão defasados em relação aos preços praticados no mercado internacional.
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), e a GSB Consultants, a defasagem na gasolina, após o reajuste anunciado nesta quinta-feira (10), ficará entre 8% e 10% no Brasil ante o valor internacional.
No caso do diesel, o valor vendido pela Petrobras continua, mesmo após o reajuste, entre 9% e 11% menor em relação aos preços cobrados no exterior.
O valor dessa desafagem varia a todo momento, pois depende da cotação do petróleo no mercado internacional. Quando o valor do barril subiu para quase US$ 140, a defasagem aqui chegou a 40% no diesel e 30% na gasolina. Depois, com o recuo da cotação internacional, a diferença foi reduzida.
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Segundo Sergio Araujo, presidente da Abicom, apesar do reajuste, os preços da Petrobras permaneceram defasados por quase todo esse ano, o que prejudicou as importações de empresas privadas ao longo de todo esse ano.
"Esse ano os nossos associados não fizeram importação alguma. Por isso, há o risco de desabastecimento pontual no diesel. As refinarias aqui não conseguem atender a demanda em diesel. A decisão de hoje da Petrobras de reajustar leva de 30 a 45 dias até os importadores comprarem combustível e o produto chegar aqui", disse Araujo. "Voltamos para defasagens pré-guerra".
O consultor Gustavo Oliveira de Sa e Benevides, da GSB Consultants, destacou que a falta de reajuste da Petrobras vem impactando as importações de diversas empresas, o que inclui grandes companhias com atuação no Brasil. Ontem, a Ipiranga informou que está restringindo a venda de diesel.
Segundo ele, se a Petrobras não fizesse o aumento nesta quinta-feira, poderia aumentar o risco de falta de combustível no Brasil.
"Estávamos muito defasados por conta da guerra na Ucrânia, que elevou o preço dos combustiveis. Apesar do reajuste, a defasagem ainda continua", disse Benevides.