BRASIL

Após críticas, Lula se reúne com Campos Neto pela primeira vez desde que assumiu a Presidência

Com seguidas indicações para a redução da taxa de juros, encontro ocorrerá no Planalto; Haddad também deve participar

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil  - Foto: Evaristo Sa/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem reunião marcada para esta quarta-feira (27) com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. A conversa ocorre após um arrefecimento das críticas públicas do petista dirigidas à autoridade da política monetária.

Após seguidas indicações na redução da taxa de juros, Lula deve receber Campos Neto no Palácio do Planalto, às 17h30, ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Na terça-feira, o Banco Central divulgou a Ata do Copom e, como esperado, manteve a sinalização de que os juros continuarão caindo no ritmo de meio ponto nos próximos encontros.

Esse recado já havia sido dado no comunicado que acompanhou a decisão da semana passada, quando os juros caíram de 13,25% para 12,75%.

Referindo-se a Campos Neto diversas vezes como "esse cidadão", Lula foi duro nas cíticas ao presidente do BC desde o início do mandato.

Ainda no início de setembro, por exemplo, avisou que iria continuar "brigando" pela queda dos juros. Na mesma fala, sugeriu que Campos Neto deve conversar "com quem o indicou, em referência a Jair Bolsonaro.

— É importante vocês saberem: o presidente do BC não foi indicado por nós, foi indicado pelo governo anterior. E o BC agora é autônomo, não tem mais interferência da presidência da República que podia chamar o presidente do BC e conversar. Esse cidadão, se conversa com alguém, não é comigo. Deve conversar com quem o indiciou. E quem o indicou não fez coisas boas nesse país. A sociedade brasileira vai descobrir com o tempo — disse Lula.
 

"Não entende nada"
Em junho, o presidente já havia afirmado que Campos Neto não "entendia nada de país". Na ocasião, o presidente do Banco Central evitou o enfrentamento direto, mas defendeu a autonomia da autoridade monetária.

— O que eu posso dizer é que o país está comemorando uma inflação mais baixa e que, em parte, é um trabalho que o Banco Central fez. O país está comemorando os juros futuros estarem caindo e isso uma parte grande é trabalho do fiscal do governo, e a gente tem elogiado, e uma parte o Banco Central também tem feito.

Em janeiro, em outro momento de atrito, após Lula classificar como "bobagem" a autonomia do Banco Central, Campos Neto afirmou que "o mercado seria muito mais volátil se não houvesse a independência em lei".

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