Após divulgação de lucro e queda nas ações, Lula recebe presidente da Petrobras
Ações da empresa caíram mais de 10% na sexta-feira após mercado se decepcionar com divisão de dividendos
Após uma queda de mais de 10% no valor das ações da Petrobras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá uma reunião com o presidente da empresa, Jean Paul Prates, nesta segunda-feira (11) no Palácio do Planalto.
Na última quinta-feira, a empresa divulgou seus resultados de 2023 com uma queda de 33,8% nos lucros e anunciou um pagamento de dividendos (parcela do resultado da empresa distribuída aos acionistas) abaixo do previsto pelo mercado. O encontro está previsto para às 15h.
As ações da Petrobras, que eram vendidas a R$ 40,50 no fechamento do mercado na quinta-feira abriram em queda na sexta e terminaram cotadas a R$ 36,30. Em reunião com investidores na sexta-feira, Prates explicitou a divisão no Conselho de Administração da empresa em relação ao pagamento dos dividendos.
Existia a perspectiva no mercado financeiro de que a estatal distribuiria ao menos 50% dos dividendos extraordinários, mas e empresa decidiu reter esse repasse.
- As atas (da reunião do Conselho) são públicas. Os conselheiros do governo votaram por 100% (dos dividendos extraordinários) para reserva. Os conselheiros privados votaram por 100% da distribuição. E eu, como presidente, me abstive de votar, porque não faria diferença para o resultado, e acompanhei o voto da minha diretoria que propôs 50%-50% (a diretoria não participa do Conselho, apenas faz a proposta para a votação) - disse Prates.
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De acordo com a colunista do Globo, Bela Megale, Jean Paul Prates se absteve na votação do Conselho que decidiu sobre os dividendos. Em reunião realizada com minoritários, Prates teria dito que as intervenções dos ministros Rui Costa e Alexandre Silveira na empresa inviabilizaram seu posicionamento no Conselho.
A reunião ocorre em meio a uma disputa entre Prates e os ministros nos bastidores. Segundo a colunista do Globo, Malu Gaspar, Prates participou da reunião do Conselho de forma remota, exatamente porque previa uma derrota sobre a questão dos dividendos por causa dos votos dos indicados do governo para o colegiado.