Após renúncia na Petrobras, Bolsonaro volta a defender CPI
Presidente afirmou que está 'acertando' comissão e que não vê problema em pedir investigação de alguém que ele mesmo indicou
Mesmo após o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, renunciar ao cargo, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender nesta segunda-feira (21) a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a estatal. Bolsonaro afirmou que não vê contradição em pedir a investigação de uma pessoa que ele mesmo indicou.
"Você pode ver, Petrobras: eu estou acertando uma CPI na Petrobras. “Ah, você que indicou o presidente”. Sim, mas quero CPI, ué, por que não? Investiga o cara, pô. Se não der em nada, tudo bem. Agora, os preços da Petrobras são um abuso", disse Bolsonaro, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, no início da noite.
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Na semana passada, Bolsonaro defendeu a instalação de uma CPI para investigar o presidente da Petrobras, seus diretores e o conselho administrativo e fiscal da estatal. Ele disse que havia conversado com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre a ideia.
A oposição chegou a cogitar a também apresentar um pedido de abertura da CPI, antes de parlamentares governistas, mas desistiram da ideia nesta segunda. A avaliação foi a de que a pressão do governo pela CPI era um balão de ensaio para forçar a renúncia de José Mauro Coelho.
Também nesta segunda, ao criticar promessas da oposição de diminuir o preço do combustível, Bolsonaro atribuiu o alto preço da gasolina à "maldade" da Petrobras.
"É o que a esquerda prega: “vamos voltar a gasolina a três reais”. No mundo todo, está 12 (reais). Aqui, podia estar bem abaixo de oito (reais). Bem abaixo de hoje. Mas é a maldade de Petrobras (que deixa o preço assim)".