Apple mira na formação de desenvolvedores no Brasil com parceria com UFPE e mais nove universidades
Programa começou no país há dez anos e serviu de modelo para o resto do mundo
A Apple, ,dona do iPhone chega ao fim deste ano de olho no desenvolvimento de novos desenvolvedores de aplicativos no Brasil. A gigante americana conta com a parceria de dez universidades espalhadas em nove cidades do país, como a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Recife; PUC-RJ, no Rio de Janeiro, a Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi), em Manaus, a Universidade Católica de Brasília e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, entre outras.
O programa, voltado a jovens que estão na graduação, começou há dez anos no país e tem como objetivo ajudar a reduzir a deficiência de mão de obra no Brasil, umas das principais queixas das companhias no país. A iniciativa começou no Brasil e serviu de modelo para as demais iniciativas no mundo. Hoje, há programas similares na Coreia do Sul, Indonésia, Itália, Austrália, além de Detroit, nos Estados Unidos.
A iniciativa, chamada de Academia de Desenvolvedores, já formou mais de três mil brasileiros que passaram a criar e a desenvolver seus próprios aplicativos em uma grade com foco em codificação, design e marketing. A estratégia é ajudar na formação de aplicativos para estimular sua loja de aplicativos, presente em 175 países que conta com um faturamento global de US$ 1,1 bilhão.
A escolha para impulsionar as iniciativas no Brasil é estratégica. Pesquisa recente feita pela Analysis Group aponta que, além de Europa e EUA, a maior parte dos desenvolvedores de apps está em Brasil, China, Japão, Coreia do Sul e Índia. Os serviços representam ainda cerca de 25% do faturamento da companhia, segundo seu mais recente balanço financeiro.
No Rio, Aléxya Reis destaca que a iniciativa ajudou no desenvolvimento de seu aplicativo, o Atlas, que ajuda estudantes do ensino médio a se prepararem para o vestibular.
"Além do conhecimento técnico, as conexões e as experiências compartilhadas permitem maior diversidade de ideias" diz ela.
Em comunicado, Tim Cook, CEO da Apple, disse que o objetivo da academia é usar a educação para permitir que criadores e empreendedores compartilhem suas ideias com as comunidades. Já Rodrigo Freitas, que se formou em uma das turmas em Porto Alegre em 2014, lembra que fundou a startup Kobe, que desenvolve soluções em comércio eletrônico, e já fechou negócios também no exterior.
"Sempre estamos em constante construção, acrescentando continuamente um novo tijolo ou quebrando paredes. É desenvolver novas habilidades" diz ele, que conta com dez funcionários.
A Apple tem ainda parceria com a Eldorado (Campinas), Mackenzie e Senac (São Paulo), PUC-RS (Porto Alegre) e PUC-PR (Curitiba)