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Tecnologia

Apple vai anunciar este mês nova Siri com inteligência artificial generativa; saiba o que muda

Será possível dar comandos de voz bem específicos no iPhone ou no iPad, como pedir o envio de um e-mail ou a edição de uma foto

Atualmente, a Siri está limitada a comandos mais amplos, como tocar listas de reprodução de música, buscar informações ou controlar aparelhos domésticos inteligentesAtualmente, a Siri está limitada a comandos mais amplos, como tocar listas de reprodução de música, buscar informações ou controlar aparelhos domésticos inteligentes - Foto: Koshiro K/Shutterstock

A Apple está planejando atualizar sua assistente virtual Siri com inteligência artificial mais avançada, movimento que permitirá aos usuários controlar funções individuais de aplicativos com a própria voz, segundo fontes com conhecimento do assunto.

Pela primeira vez, o novo sistema permitirá que a Siri assuma o controle de todas as funções dentro dos aplicativos, disseram as fontes, que pediram para manter o anonimato. Essa mudança exigiu uma reformulação do software subjacente da Siri usando grandes modelos de linguagem — uma tecnologia central por trás da inteligência artificial generativa — e será um dos destaques da nova investida da Apple em IA, disseram.

A atualização é parte de uma estratégia mais ampla em IA da empresa, que será revelada em sua Conferência Mundial de Desenvolvedoresna (Worldwide Developers Conference), que acontece no dia 10 deste mês. A Apple está preparando vários recursos, incluindo transcrições de memorandos de voz e sumários, resumos rápidos de sites e notificações, respostas automáticas de mensagens, edição avançada de fotos e emojis gerados por IA, informou a Bloomberg.

Como parte do lançamento, as tarefas de IA mais básicas serão processadas nos próprios dispositivos, enquanto recursos mais avançados serão disponibilizados via computação em nuvem. A empresa também negocia um acordo com a OpenAI para integrar o chatbot da startup e outras tecnologias ao sistema operacional iOS, e ainda conversa com a Alphabet, dona do Google, para usar seu software Gemini no futuro.

Craig Federighi, chefe de software da Apple, pediu às equipes para desenvolverem o maior número possível de novos recursos de IA para as atualizações do sistema operacional deste ano.

A assistente virtual Siri será o foco principal da apresentação na WWDC. O novo sistema permitirá que a assistente controle e navegue em um iPhone ou iPad com mais precisão. Isso inclui ser capaz de abrir documentos individuais, transferir uma nota para outra pasta, enviar ou excluir um e-mail, abrir uma publicação específica no Apple News, enviar um link por e-mail ou até mesmo pedir o resumo de um artigo ao dispositivo.

Procurado pela reportagem, um representante da Apple, sediada em Cupertino, na Califórnia, não quis comentar.

Atualmente, a Siri está limitada a comandos mais amplos, como reprodução de listas de música, busca de informações ou controle de de eletrodomésticos inteligentes. A empresa também oferece as chamadas intenções de aplicativos para desenvolvedores, permitindo que criem maneiras para que a Siri acesse funções individuais.

Em 2018, a Apple também lançou os os Atalhos da Siri, permitindo que os usuários criem manualmente comandos para recursos de aplicativos.

O novo sistema irá além, usando IA para analisar o que as pessoas estão fazendo em seus dispositivos e habilitar automaticamente os recursos controlados pela Siri. Inicialmente, será limitado aos aplicativos da Apple, mas a companhia planeja dar suporte a centenas de comandos diferentes.

O recurso é uma das iniciativas de IA mais complexas da Apple e só deve ser lançado no ano que vem, quando fará parte de uma atualização subsequente do iOS 18, de acordo com as fontes. A primeira versão do novo sistema operacional será lançada em setembro, mais ou menos na mesma época dos próximos modelos de iPhone.

No início, a nova Siri executará um comando de cada vez, mas a Apple tem planos de permitir que os usuários encadeiem comandos. Por exemplo, eles poderiam pedir à Siri para resumir uma reunião gravada e enviá-la por mensagem de texto a um colega em uma única solicitação. Ou um iPhone poderia, teoricamente, ser solicitado a cortar uma foto e enviá-la por e-mail a um amigo.

Um componente importante da nova investida é um sistema que usará IA para determinar automaticamente se uma função deve ser disponibilizada no dispositivo ou via nuvem.

O recurso levantou algumas questões de privacidade. Embora as tarefas no aparelho não compartilhem informações pessoais, a abordagem baseada em nuvem exigirá que alguns dados de usuários sejam transferidos para servidores remotos. As informações serão protegidas pelo chamado Secure Enclave nos chips dos Macs da Apple de última geração que alimentam os centros de dados, informou a Bloomberg.

A Apple tentará assegurar ainda mais aos clientes que seus dados são privados, criando um “relatório de inteligência” que explica como as informações são protegidas. A fabricante do iPhone também não criará perfis de clientes — algo que ela criticou o Google e a Meta por fazerem.

Com a atualização da Siri, a Apple está buscando revigorar um produto pioneiro que ficou atrás dos serviços dos concorrentes. A empresa lançou a Siri pela primeira vez em 2011, dando-lhe uma vantagem inicial em interfaces baseadas em voz e inteligência artificial. Mas a Apple logo perdeu essa liderança para a Alexa, da Amazon, e para o Google Assistant. Em seguida, ela foi pega de surpresa novamente quando surgiram os chatbots de IA generativa há dois anos.

A Apple está apostando que os novos recursos de IA para iPhone, iPad e Mac — bem como os aprimoramentos da Siri — incentivarão os usuários a atualizar seus dispositivos. Muitos dos recursos de IA no dispositivo exigirão um iPhone 15 Pro ou posterior para funcionar. Os Macs e iPads, por sua vez, precisarão de pelo menos um chip M1.

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