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As lições de 2021 para a economia

Apesar do avanço na vacinação contra Covid-19 permitir a reabertura da economia, indicadores revelaram uma situação preocupante para o próximo ano. Por isso, aprendizados de 2021 devem ser levados em conta para que erros deste ano não sejam repetidos

O uso de novas tecnologias, aplicativos e delivery são novidades que entraram na rotina das pessoasO uso de novas tecnologias, aplicativos e delivery são novidades que entraram na rotina das pessoas - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

Quando um ano chega ao fim, é comum que se reflita sobre os aprendizados que o período deixou para as pessoas. Na e­co­nomia não é diferente, a expectativa era de um 2021 de recuperação, mas uma série de surpresas mudaram o rumo da história. Apesar do avanço da vacinação contra a Covid-19 permitir a reabertura da economia, os indicadores econômicos demonstraram uma preocupação ainda maior para o próximo ano, para que as lições sejam aprendidas e erros não se repitam.

A alta dos preços foi um dos fatores de maior preocupação no ano. A inflação, medida pelo IPCA, ultrapassou os 10%, e o desemprego, embora tenha apresentado uma tímida redução na reta final de 2021, atingiu mais de 13 milhões de brasileiros.

Segundo o estrategista-chefe da VLGI Investimentos, Leonardo Milane, a confiança do mercado ficou abalada em 2021 e considera que uma melhor administração política seja realizada para a melhora da economia. “O fator confiança se for abalado faz com que a gente esteja correndo risco. A gente acabou lidando muito mal com a Covid-19. Tínhamos orçamento nas mãos para usar os recursos, mas usou-se tudo de uma vez. Perdemos dois anos. E 2022 será um ano de crescimento fraco, para que em 2023 a gente possa recuperar a economia”, disse Milane.  

Tecnologia veio para ficar
Um dos recursos que mais se intensificaram em 2021 foi o uso da tecnologia. Cada vez mais, o uso de ferramentas de base tecnológica está presente na sociedade e o economista da Búzios Consultoria Rafael Ramos comenta que a tendência mudará o consumo e os serviços.

“A gente passou a consumir sem ir diretamente nos estabelecimentos, passamos a ter um consumo digital bem acelerado, e essa é uma das grandes lições. O digital vem crescendo e deve ser tão grande quanto o consumo presencial, intensificando o processo de integração com o mundo virtual”, contou Rafael.

Mudança nos investimentos
De acordo com o assessor de investimentos e sócio da VLGI no Recife, Daniel Lins, os brasileiros este ano tiveram uma quebra de paradigmas. “Foi uma quebra de paradigma, as pessoas tiveram mais apetite para quebra buscar novos recursos, investindo mais. O mercado amadureceu mais, buscou mercado internacional, bolsas fora do País”, declarou.

Leonardo Milane, acrescenta ainda que o ano demonstrou a importância de ter uma diversificação dos investimentos. “O ano mostrou a importância da diversificação principalmente para ativos, não dependendo de o Brasil dar certo para ganhar dinheiro. 2021 mostrou que o cliente que diversificar a sua carteira consegue surfar de maneira mais calma”, afirmou o estrategista-chefe da VLGI.

Quanto ao planejamento financeiro pessoal, Ramos aponta que o ano ensinou a população a saber lidar com um orçamento mais restrito. “Temos que ver nossos orçamentos melhor, com previsibilidade, as famílias sofreram com restrição de renda, trabalhar com maior organização e orçamento restrito se tornou algo corriqueiro e é preciso se planejar melhor”, contou o economista da Búzios Consultoria.

Quanto ao setor tributário, o advogado tributarista do Nunes Costa Advocacia, Ednaldo Almeida, aponta que a lição deixada pelo ano que se encerra é a importância de uma boa gestão e organização financeira.

“É importante buscar uma operação ajustada, que recolha os tributos, conseguindo passar por esse momento de instabilidade de forma menos turbulenta. Para 2022 a grande questão vai ser ficar atento aos movimentos da reforma tributária, que avançando, serão necessários movimentos para reorganizar a operação das empresas para evitar um custo tributário desnecessário”, contou. 

Ensinamentos e novos hábitos da economia Ensinamentos e novos hábitos da economia | Arte FolhaPE/Hugo Carvalho

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