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CONSUMO

Vantagens e desvantagens dos apps de cashback para quem pede nota fiscal

Por trás desse tipo de negócio está o valor da informação; notas fornecem informações valiosas sobre os hábitos de consumo

Consumidor precisa entender que, de certa forma, está "pagando" com os dados pessoais deleConsumidor precisa entender que, de certa forma, está "pagando" com os dados pessoais dele - Foto:

Os aplicativos que oferecem dinheiro para quem pede nota fiscal estão cada vez mais se tornando uma alternativa para economizar ao fazer compras. Plataformas como Méliuz e Dinerama, para citar apenas duas, permitem que usuários recebam parte do dinheiro gasto ao comprar produtos em supermercados, farmácias e outros estabelecimentos comerciais parceiros.

No caso do Méliuz, as vantagens, além da opção de ganhar dinheiro com notas fiscais, são os descontos em uma variedade de lojas e serviços. É preciso escanear as notas fiscais e esperar pelo acúmulo dos valores na conta no app. Quando atingir um determinado valor, é só transferi-lo para a conta bancária.

Em geral, as plataformas só aceitam notas fiscais associadas ao CPF do usuário. Isso evita que pessoas enviem muitos documentos de compras feitas por terceiros. Antes de se tornar usuário desse tipo de aplicativo, uma das primeiras perguntas que as pessoas se fazem é o que essas empresas ganham com isso.

Valor da informação
Por trás desse tipo de negócio está o valor da informação. Essas notas fornecem dados valiosos sobre os hábitos de consumo. Os dados também podem ser compartilhados com parceiros para uma análise mais profunda dos padrões de compra. O usuário precisa ficar ciente de que está repassando os dados dele, que podem sofrer vazamento de informações, a essas empresas.

Noutras palavras, o consumidor precisa entender as regras: estão, de certa forma, "pagando" com seus dados pessoais. De posse desses dados, os aplicativos criam uma espécie de mapa de consumo de cada um dos usuários, associados ao CPF. É importante, no entanto, ficar atento ao que os apps dizem sobre como esses dados serão tratados, já que possivelmente eles serão vendidos para terceiros.

Monteiro: "Quando você apresenta seus dados começa a ser bombardeado por propagandas"       Foto: divulgação 

Como se pode ganhar dinheiro a mais por optar por uma marca de bebida ou sabão em pó, por exemplo, essas plataformas podem afetar os hábitos de consumo. Para o economista Tiago Monteiro, o X da questão está exatamente no mapa de consumo que eles criam a partir dos dados que recebem.  

“Vamos supor que você tenha um certo poder aquisitivo e um alto grau de consumo de camisas polo de determinada marca. Quando você apresenta seus dados (por meio das notas fiscais) com essas compras, começa a ser bombardeado de propaganda nas quais você provavelmente vai ser tentado a gastar mais”, alertou.

Para Monteiro, se o usuário utiliza esses tipos de aplicativo para ter algum tipo de desconto no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), por exemplo, por conta do CFP na nota fiscal, fica menos suscetível a uma exposição do que vão fazer com o seu nome e hábitos de compra. “Você pode acabar gastando mais do que deveria com a promessa de um cashback abaixo da sua capacidade de consumo”, acrescentou o economista.

O exemplo do IPTU citado por Tiago Monteiro diz respeito ao programa da Prefeitura do Recife que, a partir de uma inscrição prévia do contribuinte, oferece descontos no imposto que podem chegar a até 50%, para quem opta por incluir o CFP nas notas fiscais das compras que fazem. Para isso, é preciso indicar, previamente, o imóvel que receberá desconto.

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