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Política Monetária

Atividade econômica tem queda de 0,06% em outubro, aponta "prévia" do PIB

Mercado financeiro espera que a economia brasileira desacelere nos dois últimos trimestre do ano

Região agrícolaRegião agrícola - Foto: Paulo Henrique Carvalho/MDA

O Banco Central informou nesta sexta-feira que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um "termômetro" do Produto Interno Bruto (PIB), registrou queda de 0,06% no mês de setembro. É a segunda queda consecutiva. Em agosto, o índice recuou 0,81% (dado revisado de uma contração de 0,77%).

O desempenho negativo foi influenciado pelo setor de serviços. No mês de setembro, o volume de serviços prestados no Brasil teve queda de 0,3%. Também foi a segunda queda seguida e o setor registra resultado negativo acumulado em 1,6%.

Esse desempenho vem de um cenário positivo. De maio a julho houve alta 2,2% neste segmento da economia. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo IBGE.

"A desaceleração econômica tende a ser puxada justamente pelo setor de serviços, cujo desempenho atípico observado no ano anterior e os espasmos de crescimento registrado no primeiro semestre deste ano já não possuem mais condição de se sustentar, piorando a perspectiva do desempenho econômico do país para os dois últimos trimestres do ano" analisa Matheus Pizzani, economista da CM Capital.

Juros
Além de "prever" o direcionamento do PIB, o IBC-Br é também referência para a política monetária do Banco Central, na definição da taxa básica de juros. A próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) será no dia 13 de dezembro.

Quando a economia está em cenário de desaquecimento, há relaxamento nos preços, o que contribui para a queda de juros.

O mercado financeiro já espera que a economia brasileira desacelere nos dois últimos trimestre do ano, pelo efeito da política de juros altos do Banco Central do Brasil. Apesar do início da queda da Selic, em agosto, a melhora nos indicadores econômicos só deve ser sentida no segundo semestre do próximo ano.

"Temos uma projeção de queda de 0,2% no PIB do terceiro trimestre, vejo algum viés baixista para a projeção. Acredito que agora chega a parte difícil do ciclo, tenho a percepção de que o quarto trimestre vai ser pior do que o terceiro. Por enquanto, seguimos com 3% (projeção de crescimento no ano), mas um 2,8% parece provável também" avalia Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura.

Previsão do governo
Em setembro, o Ministério da Fazenda revisou de 2,5% para 3,2% a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023.

A estimativa de crescimento foi puxada pelos efeitos da alta do PIB no primeiro (1,8%) e segundo trimestre (0,9%) deste ano, do aumento na safra projetada para 2023 e da expectativa de recuperação da economia chinesa no quarto trimestre do ano. O país é o principal parceiro comercial do Brasil.

O consenso de mercado, até o momento, é uma alta de 2,89%

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