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Austrália

Austrália diz que venderá carvão por 'décadas'

A Austrália não assinou o compromisso, assim como outros grandes países consumidores de carvão, para reduzir gradualmente o combustível poluente

Usina elétrica movida a carvãoUsina elétrica movida a carvão - Foto: Pixabay

A Austrália disse na segunda-feira (8) que venderá carvão por "décadas no futuro", depois de rejeitar um pacto destinado a eliminar, gradualmente, esse combustível fóssil poluente para combater a mudança climática. 

Em Glasgow, Reino Unido, mais de 40 países se comprometeram a eliminar o uso de carvão nas próximas décadas. O compromisso foi firmado durante a cúpula do clima COP26, que busca reduzir o aquecimento global para entre +1,5°C e +2°C.

A Austrália não assinou o compromisso, assim como outros grandes países consumidores de carvão, como China e Estados Unidos. 

"Dissemos muito claramente que não fecharemos as minas de carvão e não fecharemos as centrais elétricas movidas a carvão", declarou o ministro australiano de Recursos, Keith Pitt, à rede nacional ABC. 

Pitt garantiu que o carvão de seu país estão entre os de maior qualidade do mundo. 

"É por isso que continuaremos tendo mercados nas próximas décadas, e se eles comprarem (...) nós venderemos", completou. 

O ministro antecipa que a demanda por carvão vai crescer até 2030.

"Se não ganharmos esse mercado, outros vão fazer isso", disse ele. 

De acordo com um estudo publicado no início de setembro na renomada revista Nature, 89% dos recursos de carvão em nível mundial, e 95%, dos australianos não devem ser usados para alcançar 50% das possibilidades de cumprir com o objetivo de limitar o aquecimento global.

A Austrália é um dos maiores produtores mundiais de carvão e de gás natural, mas também sofreu os efeitos da mudança climática com secas, inundações e incêndios florestais. 

Os ambientalistas afirmam que a passividade sobre este assunto pode custar bilhões de euros à economia do país.

Em outubro, o governo do primeiro-ministro Scott Morrison anunciou a meta de atingir a neutralidade de carbono até 2050. O plano foi, no entanto, criticado pela falta de detalhes e por depender de avanços tecnológicos ainda desconhecidos.

As exportações de carvão representaram 50 bilhões de dólares australianos (31 bilhões de euros, em torno de US$ 36,7 bilhões) de renda em um ano, e a indústria conta com 50 mil empregos diretos, destacou o ministro australiano de Recursos, Keith Pitt.

Trata-se do segundo produto com maior exportação do país, atrás apenas do mineral de ferro.

Pitt disse que cerca de 300 mil empregos na Austrália dependem do carvão. Alguns grupos de mineração da Austrália, como a BHP, disseram, no entanto, que vão parar de extrair o poluente combustível.

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