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TECNOLOGIA

Avanço da inteligência artificial ainda vai depender de combustíveis fósseis, diz especialista

Adoção da IA desencadeou um boom na demanda pelos datas centers que consomem muita energia, colocando redes elétricas à prova

Data center Data center  - Foto: Divulgação

O avanço da inteligência artificial vai impulsionar um aumento na demanda por eletricidade, que será atendido inicialmente por combustíveis fósseis, antes que a energia nuclear substitua essa fonte, afirmou o chefe de um órgão que assessora a principal concessionária de energia do Japão.

— À medida que os data centers são construídos em países como os EUA e o Japão, mais gás natural será necessário no curto prazo, pois a demanda por energia está crescendo tão rápido que não teremos tempo para construir usinas nucleares inicialmente — pontuou o presidente do comitê de monitoramento de reformas nucleares da Tokyo Electric Power, Dale Klein, à Bloomberg TV.
 

A rápida adoção global da IA desencadeou um boom na demanda pelos datas centers que consomem muita energia e que são essenciais para essa tecnologia, colocando redes elétricas à prova. Embora empresas como Microsoft e Google tenham investido em energia nuclear para garantir eletricidade limpa para suas instalações, essa solução não pode ser aplicada universal ou imediatamente.

— Simplesmente não podemos atender a essa grande demanda por esses data centers sem usina nuclear, se quisermos manter uma redução em gases de efeito estufa — afirmou Klein.

Segundo ele, mesmo nos EUA, onde há apoio político bipartidário para a energia atômica, o gás será utilizado para lidar com o aumento na demanda de energia da IA, antes que pequenos reatores modulares e usinas maiores possam ser construídos.

No Japão, por sua vez, a energia nuclear continua sendo um tema sensível após o desastre de Fukushima, em 2011. Enquanto a demanda local por eletricidade esteja diminuindo devido ao despovoamento, especialistas sugerem que o declínio pode ser revertido à medida que o país constrói mais data centers e fábricas de semicondutores.

— No final das contas, se o Japão quiser manter sua cadeia de suprimentos de manufatura e todas as suas atividades, terá que ter mais e mais eletricidade — afirmou Klein.

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