Azul amplia operações em Congonhas com novos voos para Recife e outras cinco capitais
Expansão da companhia aérea ofertará 9.744 novos assentos, por semana, para a capital pernambucana
SÃO PAULO (SP) - Recife e outras cinco capitais do Brasil tiveram um aumento na oferta de voos regulares, desde segunda-feira (26), após a Companhia Aérea Azul anunciar que dobrou o número de operações no Aeroporto de Congonhas, um dos mais movimentados de São Paulo.
Com isso, a quantidade de voos diários disponíveis partindo da capital paulista passa de 41 para 84 - um crescimento de 105%. Por semana, a expansão ofertará 9.744 novos assentos para a capital pernambucana.
Considerado o terceiro maior centro de operações da Azul no país e a principal no Nordeste, Recife vem expandindo desde 2016 e, atualmente, soma mais de 2.150 decolagens por mês para 36 destinos. Além da capital pernambucana, a companhia aérea também ampliou voos para Belo Horizonte (MG) e retornou conexões diretas para Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR). Outra novidade foi a criação da rota Congonhas-Brasília.
A maior presença da Azul em Congonhas ocorre após a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) redistribuir slots (horários de pouso e decolagem) que pertenceram à Avianca Brasil. Também contou de forma favorável a recente ampliação do aeroporto paulista. Com a mudança, a Azul passa a deter 14% dos slots de Congonhas (antes, eram 7%). Latam e Gol ficam, cada uma, com 41%.
“Finalmente eles aumentaram a capacidade de Congonhas. Congonhas teve nos últimos 15 anos menos decolagens do que 20 anos atrás, o que não faz sentido. Então, antes de vender o aeroporto, o governo aumentou a capacidade, com toda a segurança, e foi aí que tivemos a oportunidade. Nós sabíamos que íamos entrar algum dia, e estavamos esperando. Foi uma espera de nove meses. E por isso é um momento histórico pra nós”, disse o presidente-executivo da Azul, John Rodgerson.
Questionado sobre como fica o desempenho da companhia neste novo cenário, John Rodgerson foi direto: "Congonhas é o aeroporto mais rentável do Brasil e talvez das Américas, e mais do que dobrar nossas frequências aqui é muito bom para nós". O presidente executivo, no entanto, evitou ser preciso sobre os preços das passagens aéreas. Mas expressou sua expectativa sobre esse aumento na oferta contribuir para a queda nos valores das passagens.
"Como que se reduz preço de passagem? Com mais capacidade ou menos demanda? Neste momento, como se faz isso? Com mais capacidade", disse o executivo, que também afirmou certa pressão do governo Lula, ainda insatisfeito com o preço das passagens aéreas. “O novo governo não está feliz com as tarifas. (Para reduzi-las), tem de aumentar a capacidade ou atacar os custos. O combustível aqui é mais caro que nos outros lugares do mundo”, justificou.
Por outro lado, John Rodgerson afirmou que a Azul está negociando linhas de financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Estamos em conversa. Olhamos várias linhas que possam ser acessíveis a nós. Não temos detalhes, só conversas.”
Destinos internacionais
A Azul também aposta nas rotas internacionais partindo de Recife. No último dia 14 de fevereiro, a companhia retomou sua operação ligando a capital pernambucana a cidade de Fort Lauderdale, na Flórida. A companhia também anunciou a data para o início das vendas do voo que ligará Recife com a cidade de Orlando, a partir de 24 de junho.
*O repórter viajou a convite da Azul