Ações da Azul disparam na Bolsa depois de acordo com arrendadores
Negociação com credores foi divulgada na segunda-feira, após o fechamento do mercado; papel chegou a alcançar 21% de alta
As ações da Azul (AZUL4) chegaram a superar os 21% de alta durante as negociações desta terça-feira na Bolsa, depois de divulgar, na noite de segunda-feira, que concluiu com sucesso acordos comerciais com arrendadores e fabricantes de equipamentos. O papel chegou a valer R$ 6,99, ante R$ 5,75 do fechamento de terça-feira.
O papel liderava a ponta positiva do Ibovespa, que cedia na manhã de hoje.
Entenda a operação
A Azul informou ontem que concluiu uma renegociação com arrendadores e fabricantes de motores (OEM), credores de uma dívida de quase US$ 600 milhões conversível em ações.
Segundo a companhia aérea, os credores concordaram em eliminar a “participação pro-rata do saldo atual das obrigações de emissão de ações”, no valor aproximado de R$3 bilhões. Em troca, eles receberão até 100 milhões de novas ações preferenciais da Azul em uma única emissão.
Leia também
• Passageira é contida em voo da Azul saindo do Recife após ataque a comissários
• Azul diz em comunicado que fez novo plano estratégico para melhora da estrutura de capital
• Ações da Azul desabam mais de 25%, e negociações são interrompidas na Bolsa
Isso significa que a companhia está trocando R$ 3 bilhões de dívida por uma participação que hoje vale R$ 575 milhões — considerando que o papel fechou ontem a R$ 5,75. O acordo embute uma expectativa de valorização dos papeis para o patamar de R$ 30.
A renegociação aconteceu com credores que representam 92% das obrigações de emissão de ações existentes.
Os “acordos representam uma parte significativa de um plano abrangente projetado para fortalecer a geração de caixa da Azul e melhorar sua estrutura de capital no futuro”, disse a Azul. A aérea informou ainda que a negociação com os 8% restantes das obrigações de emissões de ações seguem.
Em relatório, a XP afirmou que o acordo é positivo, pois implica uma diluição significativamente menor em comparação com o instrumento conversível em ação e também poderia desencadear iniciativas de financiamento adicionais, como dívida incremental, potencialmente aumentando a liquidez de curto prazo da Azul.