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BRASIL

Balneário Camboriú lidera com o metro quadrado mais caro do país; veja lista

R$ 13,9 mil é o preço médio na cidade do litoral catarinense, que teve alta de 8,5% no ano. Curitiba (PR) foi onde o custo do imóvel residencial mais subiu: avanço de 18% em 2024

Balneário Camboriú. Praia passou por uma megaobra de alargamento Balneário Camboriú. Praia passou por uma megaobra de alargamento  - Foto: Prefeitura de Balneário Camboriú/ Facebook

Nem São Paulo, nem Rio de Janeiro. A cidade brasileira com o metro quadrado mais caro do país fica em Santa Catarina e é a inspiração do hit 'Descer pra BC', que viralizou na virada do ano. Em Balneário Camboriú (SC), o preço médio do metro quadrado de um imóvel residencial chega a R$ 13.911. Já em São Paulo, fica em R$ 11.374, e no Rio, R$ 10.289.

Os dados fazem parte do índice FipeZAP de Venda Residencial, apurados até dezembro e divulgados nesta terça-feira. A pesquisa monitora os preços de imóveis residenciais em 56 cidades do país por meio de anúncios de vendas nos classificados do Zap.

O título atribuído à cidade do litoral catarinense, porém, não é novo. Desde março de 2022, Balneário Camboriú supera São Paulo e lidera o ranking de maior preço de venda de imóvel residencial.

 

No 'top 10' das cidades com os preços médios de venda mais elevados, boa parte pertence à região Sul. Em primeiro lugar aparece Balneário Camboriú (SC), seguida de Itapema (SC) com R$ 13.721, Vitória (ES) com R$ 12.287, Itajaí (SC) com R$ 11.867, Florianópolis (SC) com R$ 11.766.

São Paulo (SP) fica em sexto lugar, com R$ 11.374, seguido de Barueri (SP) com R$ 10.844, e Curitiba (PR) com R$ 10.703. O Rio de Janeiro (RJ) aparece na nona posição, com um valor de R$ 9.366 por metro quadrado, seguido da média do índice FipeZAP em 9.365.

Outras cidades com valores ainda expressivos no metro quadrado foram Belo Horizonte (MG) com R$ 9.325, Brasília (DF) com R$ 9.173, Vila Velha (ES) com R$ 9.056, e Maceió (AL) com R$ 8.546.

Paula Reis, economista do DataZAP, explica que cidades litorâneas médias e com boa infraestrutura ganharam destaque no mercado imobiliário após a pandemia, com o aumento do trabalho remoto. Com mais pessoas trabalhando à distância, cresceu a procura por imóveis em cidades com maior qualidade de vida, infraestrutura e lazer, mas com densidade menor.

— As pessoas quererem morar num lugar com entretenimento e ter acesso às coisas que se têm nas grandes capitais. Cidades nordestinas que não eram tão cotadas ganharam espaço, como Maceió (AL). E no caso de Balneário Camboriú, em particular, tem também o papel do setor de luxo, com participação expressiva (no mercado imobiliário) — acrescenta ela.

Em Curitiba, imóvel residencial ficou 18% mais caro em um ano
Apesar de Balneário Camboriú (SC) liderar o ranking das cidades com metro quadrado mais caro do país, foi em Curitiba (PR) que o preço de um imóvel residencial mais subiu em 2024. O avanço foi de 18% no ano passado, na comparação com o ano anterior.

— O mercado imobiliário em Curitiba expandiu nos últimos anos, tem mais negócios sendo feitos. E casando isso com as informações dos bairros mais procurados, vemos que são os bairros que concentram infraestrutura, emprego, melhores condições de vida — explica Paula, do DataZAP.

A segunda capital com o aumento mais expressivo foi Salvador (BA), com valorização de 16,38%. Em seguida aparecem João Pessoa (PB) e Aracaju (SE), com altas de 15,54% e 13,79%, respectivamente.

Preços de imóveis têm maior alta desde 2013

Os números do FipeZAP indicam um mercado imobiliário brasileiro aquecido no ano passado. Os preços dos imóveis residenciais fecharam 2024 com um aumento de 7,73% em relação ao ano anterior. Foi a maior alta desde 2013, quando os preços dos imóveis subiram, em média, 13,74%.

Na avaliação de Paula Reis, do DataZAP, o aumento nos preços dos imóveis residenciais é fruto da expansão do mercado de trabalho e do ganho de renda das famílias. Essa conjuntura impulsionou o mercado de crédito e possibilitou um aquecimento tanto do setor de moradia popular - como Minha Casa Minha Vida-, quanto dos segmentos da classe média e do setor de luxo.

A economista vê o cenário ainda favorável para venda de imóveis residenciais este ano apesar da alta de juros, que deve pressionar principalmente o público que depende das taxas de juros de mercado para financiamento:

— A classe média é que vai ter maiores desafios porque o custo da Selic vai aumentar.

A variação do preço do imóvel residencial no ano passado foi bem acima da inflação ao consumidor, que acumula alta de 4,71% no ano, segundo a prévia do IBGE. Entre as cidades analisadas, apenas Campo Grande (MS), Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e Teresina (PI) tiveram redução nos preços de venda de imóveis em termos reais, ou seja, descontando a inflação no período analisado. As altas foram de 2,8% a 4,08%.

Segundo a pesquisa, a variação no ano foi puxada pelos imóveis de um dormitório, mais procurados, e por capitais do Sul e Nordeste. Os espaços com um dormitório se valorizaram em 8,71% no ano passado, enquanto os de quatro ou mais dormitórios tiveram alta de 6,24%.

Na passagem de novembro para dezembro, o índice FipeZAP acelerou de 0,49% para 0,66%.

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