Banco Central alemão prevê novas altas nas taxas da Zona do Euro
O BCE começou a endurecer abruptamente as taxas em julho, fiel à sua missão central de garantir a estabilidade de preços
O presidente do Banco Central da Alemanha alertou neste sábado (15) que o combate à inflação na zona do euro exigirá que o Banco Central Europeu (BCE) prolongue o ciclo de alta de suas taxas além do previsto no final de outubro.
"Na minha opinião, serão necessários aumentos adicionais das taxas de juros" para levar, a médio prazo, a alta de preços à meta anual de 2%, declarou Joachim Nagel em um discurso realizado em Washington e transmitido na Alemanha pelo Bundesbank.
"De qualquer forma, o Conselho de Governadores do BCE não deve relaxar tão cedo" seus ajustes monetários, acrescentou.
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Nagel insistiu na necessidade de conter a inflação na zona do euro, que, segundo as previsões do BCE, deverá oscilar cerca de 10% até ao final do ano, antes de começar a refluir.
O BCE começou a endurecer abruptamente as taxas em julho, fiel à sua missão central de garantir a estabilidade de preços.
O aumento daquele mês foi de 0,50 pontos percentuais, o dobro do que os analistas esperavam, seguido em agosto por outros 0,75 pontos, o maior da história do BCE, fora um ajuste técnico de 1999.
A instituição monetária acredita que a desaceleração da economia da zona do euro, em um contexto de crise energética ligada à guerra na Ucrânia, não será suficiente para conter o aumento do custo de vida.
A próxima reunião do Conselho de Governadores do BCE, agendada para 27 de outubro, poderá terminar com uma nova subida de 0,75 pontos nas taxas principais, tal como em setembro, segundo banqueiros da zona euro e especialistas.