Logo Folha de Pernambuco

Selic

Banco Central indica novos cortes de 0,5 ponto na Selic, veja os principais pontos do comunicado

Campos Neto vota junto com Galípolo e reduz pressão sobre o Banco, cenário fiscal deixa de ser citado como fator de risco

Presidente Roberto Campos Neto, em coletiva de imprensa Presidente Roberto Campos Neto, em coletiva de imprensa  - Foto: Raphael Ribeiro/BCB

A decisão do Banco Central de cortar os juros em 0,5 ponto não era a aposta principal do mercado financeiro, mas estava no radar de muitos economistas. No comunicado do Copom desta quarta-feira, um dos principais recados dos diretores do BC foi a indicação de que esse será o ritmo de cortes nas próximas reuniões. Confira abaixo os principais recados do Banco.

Cortes continuarão no ritmo de 0,5 ponto

O Banco Central foi bastante claro de que novos cortes de juros vão acontecer, e na mesma intensidade de 0,5 ponto percentual. Ou seja, se hoje a Selic caiu de 13,75% para 13,25%, na reunião de 20 de setembro, a Selic cairá mais meio ponto, para 12,75%.

"Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", disse o comunicado do Banco Central.

Sem meta definida para o fim do ciclo

O BC também deixou em aberto o tamanho do ciclo de cortes da Selic. Ou seja, não é possível ainda afirmar por quantas reuniões haverá cortes, embora o mercado financeiro faça as suas apostas. De acordo com o Boletim Focus, a Selic chegará em dezembro em 12% e no final de 2024 em 09,25%;

"O Comitê ressalta ainda que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos."

Campos Neto unido a Galípolo

Embora todos os nove membros do Copom tenham votado pela queda dos juros, a decisão foi dividida em relação à intensidade do corte. Cinco membro, entre eles o presidente Roberto Campos Neto e o diretor Gabriel Galípolo, indicado por Lula e cotado para assumir a presidência do Banco, votaram pelo corte de meio ponto. Ao votar junto com o nome indicado pelo atual presidente, Campos Neto deve conseguir diminuir a pressão e as críticas públicas que vem recebendo de Lula.

Essa é a segunda divisão do Copom no mandato de Campos Neto, que comanda o BC desde 2019. O presidente do BC acompanhou os votos dos dois diretores nomeados pro Lula: Ailton de Aquino Santos (Fiscalização) e Gabriel Muricca Galípolo (Política Monetária). Outros dois diretores também votaram pela redução de 0,50 pontos. O restante voltou pela queda de 0,25 ponto percentual.

— O fato de RCN e Galipolo terem votado juntos evita problemas de conflitos internos da diretoria do BCB na condução da política monetária e alivia pressões sobre o BCB — avalia o economista André Perfeito.

Melhora no cenário fiscal

Um fator diferencial em relação às últimas decisões, é que não houve nenhuma menção do risco fiscal - ou seja, de descontrole das contas públicas. O projeto de Lei do governo, que cria novas regras fiscais, sequer é citado. No último comunicado, o Copom citava alguma “incerteza residual” sobre o desenho do arcabouço fiscal. A regra está para ser aprovada na Câmara ainda este mês, de forma definitiva.

O cenário apresentado, como fatores de risco, está concentrado nos indicadores de preços: núcleos de inflação, expectativas dos agentes de mercado e inflação de serviços.

Veja também

Governo bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024
Orçamento de 2024

Governo Federal bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde
Bolsa de Nova York

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde

Newsletter