Economia

Bancos centrais devem 'atuar' para baixar a inflação, insiste o FMI

A diretora-gerente da instituição, Kristalina Georgieva, já exortou os bancos centrais na quinta-feira (6) a "manter o rumo"

Diretora-gerente do FMI, Kristalina GeorgievaDiretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva - Foto: Daniel Leal / AFP

Os bancos centrais devem "atuar com determinação para trazer a inflação de volta à sua meta" depois de ter atingido máximos, estimou nesta terça-feira (11) o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um relatório que insiste no período de grande incerteza que atravessamos.

Para lidar com a inflação, que atingiu os níveis da década de 1980 e que pode "criar raízes", os bancos centrais precisam continuar aumentando suas taxas referenciais, de acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira Global (GFSR), divulgado nesta terça pelo Fundo.

A diretora-gerente da instituição, Kristalina Georgieva, já exortou os bancos centrais na quinta-feira (6) a "manter o rumo", insistindo no risco de que "não façam o suficiente" face à inflação que se mantém "persistente".

Impulsionada por uma recuperação pós-pandemia particularmente forte e pela desestabilização das cadeias de suprimentos, a inflação aumentou ainda mais com as consequências da invasão russa da Ucrânia nos preços de alimentos e energia.

O Fundo Monetário Internacional, que está realizando suas reuniões anuais em Washington esta semana, pede aos formuladores de políticas que se comuniquem claramente para "preservar a credibilidade e evitar a volatilidade injustificada dos mercados".

No entanto, reconhece dificuldades cada vez mais sérias, tanto para as economias desenvolvidas como para as emergentes.

Os mercados financeiros estão sob pressão e os investidores estão se tornando mais avessos ao risco diante das incertezas econômicas e políticas.

O arrocho monetário também provocou uma queda no preço dos ativos financeiros, o que se soma às previsões negativas para a economia. Tudo isso reforça os temores de uma recessão iminente.

O Fundo também está preocupado "com os vacilantes setores imobiliários em muitos países" por causa da possibilidade de que "essas dificuldades possam se espalhar para os setores bancários e a economia em geral".

É o caso da China, cujo setor imobiliário sofre uma queda nas vendas de novas casas desde a pandemia, criando problemas de liquidez para muitas incorporadoras, já fortemente endividadas.

As falências em cascata neste setor também podem atingir duramente o setor bancário, estima o FMI.

A instituição destaca ainda as crescentes dificuldades de acesso aos mercados financeiros para os países emergentes ou de baixa renda, com aumento do custo dos empréstimos, por conta da inflação e da elevação das taxas de juros, o que fortalece o dólar.

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