INFLAÇÃO

Batalha contra a inflação ainda não está ganha, diz presidente do Banco Central

Roberto Campos Neto, que participou de evento do jornal Valor Econômico, disse que ainda não se pensa em queda de juros neste momento

Banco Central do BrasilBanco Central do Brasil - Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

O Banco Central não pensa em queda de juros neste momento e a batalha contra a inflação ainda não está ganha. A afirmação é do presidente da instituição, Roberto Campos Neto, que observa que embora o mercado espere uma redução da Selic, com entendimento que o combate à alta dos preços está feito, o BC ainda tem trabalho a fazer.

A taxa básica de juros está atualmente em 13,75%, enquanto a inflação oficial acumulada, medida pelo IPCA, está acumulada em 10,07% em 12 meses.

"A batalha contra a inflação não está ganha. O BC ainda tem trabalho a fazer. No Brasil, subimos os juros antes (que os demais países) e de forma mais forte. Houve melhora recente por medidas do governo, mas ainda existe um elemento de preocupação grande", afirmou Campos Neto.

O presidente do BC participou na noite desta segunda-feira, em São Paulo, da 22ª edição do Prêmio Valor 1000, promovida pelo jornal Valor Econômico, que premiou empresas de 27 setores na edição deste ano. Campos Neto fez uma exposição com o tema “Cenário Econômico e Agenda BC" e participou de um talk show em que respondeu perguntas de jornalistas do Valor.

Campos Neto afirmou que embora a expectativa seja de deflação por três meses, a mensagem que o BC continua passando é de que vai continuar trabalhando para fazer a inflação convergir para a meta. Em julho, o IPCA apresentou deflação de 0,68%.

Para ele, a comunicação com o mercado é fundamental. Ele lembrou que o BC trabalha com um horizonte de 12 a 18 meses para o efeito dos juros.

"Em algum momento, a gente para e espera para entender o que foi feito. A mensagem que se tem hoje é a mesma: a de que o Copom analisaria um possível ajuste final", disse Campos Neto, lembrando que o BC ainda navega com muitas incertezas, entre elas sobre como será a volta dos impostos reduzidos recentemente que incidem sobre combustíveis e energia.

O presidente do BC acredita que em grande parte dos países os juros deverão continuar subindo - com expectativa de que nos EUA os juros subam ainda mais 150 pontos base. Os juros americanos estão num intervalo entre 2,25% e 2,50%.

Ele afirmou que as recentes previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram uma revisão para baixo de quase todos os países e o Brasil é um exceção - com revisão para crescimento maior da economia este ano.

Campos Neto disse que o BC está num processo de revisão de crescimento econômico para cima depois do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre ter crescido 1,2%. Ele afirmou que a geração de empregos mais forte tem sido uma surpresa e a taxa de desemprego deve ficar mais próxima de 8%.

O presidente do BC afirmou que o crédito cresceu muito com as medidas tomadas entre a instituição e os bancos durante a pandemia. Sem entrar em detalhes, Campos Neto afirmou que os números fiscais devem "terminar o ano melhores do que o esperado".

- Teremos um quadro com emprego para cima, inflação para baixo, e fiscal com numeros que surpreenderam para melhor - resumiu.

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