Logo Folha de Pernambuco

Economia

BC prevê queda de 6,4% na economia este ano

A retração se deve aos efeitos da pandemia da Covid-19

Banco CentralBanco Central - Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O Banco Central (BC) prevê queda de 6,4% da economia este ano, devido aos efeitos da pandemia da covid-19. No Relatório de Inflação (RI), divulgado nesta quinta-feira (25), o BC revisa a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, de estabilidade, prevista em março, para a retração de 6,4%, neste ano.

“A alteração da projeção está associada, essencialmente, ao avanço e à duração da pandemia da covid-19 em território nacional, com a consequente adoção, a partir da segunda quinzena de março, de medidas de isolamento social no país. A magnitude desses dois fatores tem superado significativamente o que se esperava na data de corte do último RI”.

Segundo o BC, a projeção para o PIB anual considera que o recuo no segundo trimestre será o maior observado desde 1996, início do atual Sistema de Contas Nacionais Trimestrais. “Espera-se que tal contração seja seguida de recuperação gradual nos dois últimos trimestres do ano, repercutindo diminuição paulatina e heterogênea do distanciamento social e de seus efeitos econômicos”, disse o BC, no relatório.

Agropecuária
No âmbito da oferta, o crescimento esperado da agropecuária foi reduzido de 2,9%, no relatório de março, para 1,2%. “Essa redução reflete menores expansões nos levantamentos para a safra de grãos e, principalmente, na estimativa para o desempenho da pecuária, em razão dos impactos da pandemia sobre a demanda interna e externa por proteínas”, afirmou o BC.

Indústria
A previsão para a variação do setor industrial passou de queda de 0,5% para uma retração ainda maior: - 8,5%, “com perspectiva de recuo em todas as atividades em função de efeitos do surto da Covid-19 maiores do que os antecipados anteriormente”.

A projeção para o desempenho da indústria de transformação passou de variação de -1,3% para -12,8%, “motivada pela maior retração na demanda final, principalmente por bens de consumo duráveis e de capital, além da redução na oferta resultante das medidas de distanciamento social”. A variação estimada para a produção da indústria extrativa recuou de 2,4% para estabilidade, “ante expectativa de menor demanda por minério de ferro e petróleo, em cenário de maior desaceleração mundial”.

A construção deve apresentar retração de 6,7%, comparativamente à projeção de recuo de 0,5% feita em março, “repercutindo comportamento de maior cautela das famílias e dos empresários do setor, além de diminuição no ritmo de algumas obras pela necessidade de adoção de protocolos especiais para prevenir contágio pelo novo coronavírus”.

Comércio e Serviços
O BC estima ainda queda de 5,3% no setor de comércio e serviços em 2020, ante estabilidade projetada em março. O BC destaca as revisões em setores mais afetados por medidas de restrição de mobilidade: o comércio de -0,7% para -10,8%; transporte, armazenagem e correio, de -1,2% para -13,4%; e outros serviços – que engloba atividades como alojamento, alimentação fora de casa e atividades artísticas de -1,1% para -9,4%.

Consumo
O BC projeta “contração expressiva do consumo das famílias, apesar da magnitude das medidas governamentais de transferência de renda”. “Em relação ao último RI, a projeção foi revista de crescimento de 0,8% para queda de 7,4% em virtude dos impactos maiores do que os antecipados anteriormente da pandemia sobre o comportamento dos consumidores e a evolução da massa de rendimentos do trabalho, além dos efeitos decorrentes das medidas de distanciamento social e de restrições à mobilidade”, acrescentou.

Investimentos e consumo de governo
Para o BC, a “perspectiva de efeitos mais pronunciados da pandemia sobre a atividade econômica e incertezas elevadas em relação ao processo de retomada devem ocasionar postergação de decisões de investimentos”. Assim, a previsão para o desempenho anual da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) mudou de -1,1% para -13,8%.

A projeção para o consumo do governo permaneceu inalterada (0,2%). “Apesar da estimativa de significativa perda de receitas, o governo deve preservar gastos essenciais em momento de crise”, disse o BC.

Exportações e importações
As exportações e as importações de bens e serviços, em 2020, devem variar, nesta ordem, -8,1% e -11,1%, ante projeções respectivas de 0,9% e 0,6% apresentadas no RI anterior. “A redução na projeção para exportações resulta da expectativa de menor demanda externa, especialmente por bens manufaturados, em virtude de reavaliação da atividade econômica global.  A diminuição na estimativa para as importações reflete a redução nas projeções de crescimento da atividade doméstica, em especial da indústria de transformação e da FBCF, com o consequente decréscimo nas aquisições de insumos e de máquinas e equipamentos, bem como a perspectiva de redução do consumo das famílias”, destacou o BC.

Veja também

Governo bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024
Orçamento de 2024

Governo Federal bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde
Bolsa de Nova York

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde

Newsletter