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"Beija-mão" de Galípolo no Senado deve começar na semana que vem

Diretor se prepara para responder a perguntas de senadores

Diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo Diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo  - Foto: Washington Costa/MF

Indicado para a presidência do Banco Central pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gabriel Galípolo deve se reunir com senadores a partir da semana que vem e iniciar o tradicional ritual de ‘beija-mão’, em que o escolhido busca o apoio do Congresso antes da sabatina oficial. O nome precisa ser aprovado pelo Senado para cargos como esse.

Em meio ao impasse sobre as emendas parlamentares, ainda não foi definida a data de análise de seu nome ao novo cargo na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e no plenário do Senado.

Como o mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, só termina no dia 31 de dezembro, os parlamentares avaliam que não há pressa para sabatinar o escolhido de Lula para a sucessão — que ele deve passar mais uma vez com facilidade pelo crivo do Congresso.

O governo tem interesse, contudo, de que a confirmação de Galípolo ocorra antes do próximo Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 17 e 18 de setembro.

Em tese, o último esforço concentrado de votações do Senado antes do primeiro turno das eleições municipais, no dia 6 de outubro, ocorre na semana que vem. Mas há uma articulação para que senadores estejam em Brasília na semana seguinte, ou seja, na semana que começa no dia 9.

A votação é secreta, por essa característica, precisa ser presencial.

Indicado procurou senadores
De qualquer forma, o atual diretor de Política Monetária do BC deve começar a se preparar para responder às perguntas mais espinhosas da oposição, especialmente sobre a proximidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, crítico frequente dos juros altos.

Acostumado com os rituais da política, Galípolo já entrou em contato por telefone com o presidente da CAE, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), e com o ex-presidente do colegiado, Otto Alencar (PSD-BA) — ligações que foram bem-recebidas pelos dois parlamentares. Segundo Otto, ficou pré-agendada uma conversa presencial em Brasília na semana que vem.

O senador baiano fez a relatoria da indicação de Galípolo à diretoria de Política Monetária e se colocou à disposição para fazer a ponte entre ele e os parlamentares do PSD. Otto, porém, disse que não sabe se dará tempo de sabatinar o indicado à presidência do BC antes das eleições, mas avaliou que não há pressa, considerando que o mandato de Campos Neto só termina no fim do ano.

— Há tempo para pensar nisso sem prejuízo à gestão do BC. Como ele já está no BC, não há dúvida que tem currículo para o cargo. Não vejo nenhum obstáculo para que possa ser aprovado — disse o senador.

A expectativa é que ocorra uma conversa entre Vanderlan e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Além de um acerto dos senadores, a data oficial para sabatina também depende de um trâmite burocrático. A mensagem do Palácio do Planalto com a indicação ainda não foi publicada no Diário Oficial da União (DOU(,. Quando recebida pelo Senado, Pacheco tem de encaminhar o assunto para a CAE.

Enquanto espera o rito, Galípolo já deve começar a preparação para se apresentar aos senadores. Normalmente, esse processo inclui os temas que estão em alta no Congresso e na imprensa.

Já se sabe que a relação de confiança de Lula com Galípolo deve ser explorada pela oposição, especialmente pelas críticas do petista ao patamar de juros e ao atual presidente do BC.

Lula tem uma cisma com o Campos Neto pela sua proximidade com o bolsonarismo. Ele foi indicado por Jair Bolsonaro e mantém relações próximas com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Agora, a oposição poderá dar o troco e questionar se Galípolo vai seguir sua missão de colocar a inflação na meta diante dos apelos dos petistas por juros mais baixos — principal temor do mercado financeiro.

Outros temas que sempre vêm à tona em sabatinas para a cúpula do BC são o lucro dos bancos e questões relativas a cartão de crédito.

Nos bastidores da autarquia, porém, a avaliação é de que Galípolo está acostumado às articulações políticas e que o Senado não deve atrapalhar seu caminho para o cargo mais alto do BC.

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