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América Latina

BID: exportações da AL cresceram apenas 2,9% no primeiro trimestre

Isso consolida a tendência de desaceleração após a pandemia da Covid-19

Sede do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)Sede do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) - Foto: Divulgação / BID

As exportações da América Latina e Caribe aumentaram 2,9% interanual no primeiro trimestre do ano, em comparação com 16,4% no mesmo período de 2022 — informou o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) nesta quinta-feira (8).

Isso consolida a tendência de desaceleração após a pandemia da Covid-19. No mesmo período de 2021, o aumento foi de 28%.

"O desempenho comercial foi melhor do que a média mundial", mas a queda nos volumes das vendas externas de bens foi generalizada em toda a região, especialmente na América do Sul (-0,3%), devido à queda nos preços dos produtos básicos e da demanda, diz o BID em um relatório.

Por país, as exportações caíram 17,9% na Argentina; 23,5%, na Bolívia; 4,7%, na Colômbia; 7,7%, no Equador; 4,8%, no Peru; 3,5%, no Uruguai; 20,2%, na Venezuela; 4,6%, em El Salvador; 4,8%, na Guatemala; 3,7%, em Honduras; e 1,5%, na República Dominicana, em relação ao primeiro trimestre de 2022.

O Brasil registrou um aumento de 4,8% (inferior a 19% em 2022), e o México, de 6,8% ante 16,9% no ano anterior.

Os únicos países que tiveram melhora em relação a 2022 foram Chile (+10,7% contra 4%), Paraguai (23,4% contra -5,9%) e Costa Rica (14,1% contra 8,9%).

A demanda dos principais parceiros comerciais da região “continuou, em uma tendência de marcada desaceleração”, com 9% dos Estados Unidos; 8,4%, da União Europeia; -12% da Ásia (excluindo a China); e 5,4%, da China.

Os preços dos principais produtos básicos exportados pela América Latina e Caribe se contraíram nos últimos meses, com destaque para petróleo (-18,2%), café (-12,6%), ferro (-11,9%), cobre (-11,1%), ou soja (-5,2%). Já o açúcar apresentou alta de 15,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O estudo estima que “o maior reajuste de preços ocorreu no primeiro trimestre” e, “para o restante do ano, as cotações se manterão substancialmente estáveis, em níveis historicamente altos”.

O texto ressalta, no entanto, um contexto de incerteza, devido à “evolução das taxas de juros e da cotação do dólar, que costumam ter consequências diretas nos preços dos produtos básicos”.

“Concluiu-se o ciclo comercial expansivo pós-covid, e a região se instalou em uma tendência de desaceleração das exportações, destinada a continuar no próximo trimestre e a se estabilizar na segunda metade do ano”, afirma o coordenador do estudo, Paolo Giordano, citado em um comunicado.

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