Energia renovável

Biomassa: recurso fundamental no processo da transição energética

Atualmente, a biomassa da cana, que inclui o etanol, representa 16,9% da matriz energética brasileira

A biomassa da cana é aliada na luta contra a emissão de carbonoA biomassa da cana é aliada na luta contra a emissão de carbono - Foto: Tauan Alencar/MME

Com ampla utilidade e em crescente expansão, a biomassa tem papel fundamental no processo da transição energética. Utilizado para a produção de energia, o recurso é desenvolvido a partir de matéria orgânica renovável, seja de origem vegetal ou animal, sendo capturado pela sua combustão direta ou a partir de sua decomposição.

Atualmente, a biomassa da cana, que inclui o etanol, representa 16,9% da matriz energética brasileira, caracterizando-se como a renovável com maior presença, segundo o Balanço Energético Nacional 2024, ano-base 2023, divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). 

Sustentável
A utilização da biomassa no País é ampla. No setor de cana-de-açúcar, por exemplo, além da produção do etanol, o material fibroso ou o bagaço da cana processada também sofre combustão nas caldeiras das indústrias e o calor gerado é utilizado para a produção de vapor e bioeletricidade. 

Segundo Renato Cunha, presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE) e presidente executivo da NovaBio (Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia), o processamento dessa biomassa é realizado da maneira mais sustentável possível. 

Já a decomposição da vinhaça, outro resíduo da produção sucroenergética, gera biogás, que é convertido em biometano, novos biocombustíveis que abrem um mercado no País.  

“Ainda como matéria-prima para a produção de biogás e biometano, diversas outras atividades da agropecuária podem ter resíduos aproveitados na sua produção, a exemplo da suinocultura”, reitera Cunha. 

Estratégia
O Brasil desenha uma estratégia de transição energética voltada para a expansão do uso de biocombustíveis. Isso acontece a partir do marco regulatório desenvolvido pelos Governo Federal e Congresso Nacional, associado ao debate com a sociedade. 

“O Renovabio, política nacional de biocombustíveis já em funcionamento desde 2019, é um exemplo dessas iniciativas, bem como o Combustível do Futuro, Mover, Marco do Hidrogênio e Mercado de Carbono. Portanto, a oferta de biomassa deve aumentar e o indicador de que 8,55% de toda a energia elétrica do País é produzida a partir de biomassa deve aumentar”, pontua Renato Cunha.

No segmento veicular, a tendência é que a transição venha a partir de veículos híbridos.  Em 30 anos, a alternativa viável para a descarbonização do setor aéreo serão os biocombustíveis, reitera Cunha.

O Projeto Combustível do Futuro prevê mandato de uso e incentivos ao SAF - Combustível Sustentável de Aviação. 

No setor industrial, o biogás e o biometano têm grande potencial de abastecimento para substituir o uso do diesel nos transportes.

“O setor de navegação também enxerga nos biocombustíveis o caminho natural para sua descarbonização. Finalmente, o hidrogênio terá um papel importante na transição para um mundo mais limpo e para essa opção, o Brasil também estará preparado”, acrescenta Cunha. 

Pesquisa  
Com o intuito de realizar pesquisas de transformação da biomassa e desenvolver produtos, serviços e processos inovadores, o Instituto Senai de Inovação em Biomassa (ISI Biomassa), localizado no Mato Grosso do Sul, atua na ampliação desse recurso renovável no Brasil.  

“A gente tem um modelo para redução da emissão de gases do efeito estufa baseado na biomassa. Nós temos outro estudo que contempla conquistar, pesquisar e identificar melhores oportunidades de crédito de carbono na biomassa, com o armazenamento e utilização desse crédito de carbono”, reitera o diretor-regional do Senai no MS, Rodolpho Caesar Mangialardo.

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