GUERRA NA UCRÂNIA

Boeing e Airbus suspendem operações na Rússia; Honda interrompe exportação de carros e motos

Após sanções a Moscou, empresas tomam medidas para limitar, suspender ou encerrar as atividades comerciais com russos

Boeing 777Boeing 777 - Foto: Daniel Slim/AFP

Mais empresas estão tomando medidas para limitar, suspender ou encerrar as atividades comerciais na Rússia após uma onda de sanções impostas pelos Estados Unidos e países aliados diante da invasão da Ucrânia.

Depois de Visa, Mastercard, Exxon e Apple, a Boeing anunciou que está suspendendo as principais operações em Moscou e restringindo temporariamente o acesso de funcionários e parceiros na Rússia a dados técnicos confidenciais até que possa obter licenças de exportação do governo dos Estados Unidos.

A fabricante de aviões com sede em Chicago disse em um e-mail que suspendeu o fornecimento de peças de reposição, manutenção e serviços técnicos a clientes russos.

Com efeito imediato, a Boeing agora é obrigada a obter licenças de exportação dos EUA antes que os trabalhadores da Rússia possam acessar “a maioria das tecnologias e dados”, disse Sergey Kravchenko, presidente das operações locais da Boeing, em um memorando dirigido aos funcionários ao qual a  Bloomberg News teve acesso.

“A Boeing precisa restringir o acesso a quaisquer dados controlados de exportação aos funcionários de engenharia da Boeing e de organizações parceiras na Rússia”, escreveu Kravchenko no e-mail.

A empresa disse que procurará encontrar novas atribuições para alguns funcionários e também explorar rotações de trabalho, viagens de negócios e possíveis dias de folga para os colaboradores na Rússia enquanto aguarda as novas licenças.
 

Na segunda-feira (28), a Boeing disse que havia fechado seu escritório em Kiev, na Ucrânia, e “pausado” as operações em seu campus de treinamento em Moscou.

A fabricante de aviões europeia Airbus também informou que tomaria medidas semelhantes, citando uma lista crescente de sanções internacionais após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

“A Airbus suspendeu os serviços de suporte às companhias aéreas russas, bem como o fornecimento de peças de reposição para o país”, disse a fabricante de aviões em comunicado na quarta-feira.

A empresa possui um centro de suporte em Moscou que presta assistência técnica aos clientes, oferece seminários e outros serviços de suporte, de acordo com seu site.

Um centro de engenharia formado em 2003 emprega 200 engenheiros russos. A instalação, uma joint venture entre Airbus, Systema Invest e Kaskol Group, foi fechada temporariamente, confirmou um porta-voz, citando “regulamentos de controle de exportação e leis aplicáveis”.

A Honda está interrompendo as exportações de carros e motocicletas para a Rússia, juntando-se a um número crescente de empresas globais que optaram por não fazer negócios no país após a invasão da Ucrânia.

A montadora japonesa tomou a decisão devido a desafios em torno de distribuição e finanças, disse Misako Saka, porta-voz da Honda. Ela retomará as remessas assim que a situação voltar ao normal, acrescentou o porta-voz.

Embora a Honda não tenha uma fábrica na Rússia, ela exporta cerca de 1.500 SUVs anualmente para o país de fábricas nos EUA. A montadora japonesa Mazda também está suspendendo as remessas de peças para uma fábrica na Rússia, informou o jornal Nikkei.

A montadora sul-coreana Hyundai Motor suspenderá as atividades em sua fábrica de montagem de automóveis em São Petersburgo, na Rússia,  até o próximo sábado, dia 5 de março, devido a interrupções na cadeia de suprimentos, informou a agência de notícias Interfax na terça-feira, citando um funcionário da empresa sul-coreana na Rússia.

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