Logo Folha de Pernambuco

Economia

Bolsa cai 10,1% em abril e tem pior mês desde março de 2020

Dólar fechou a R$ 4,94 e teve alta mensal de 3,81%

Mercado externo fecha abril com a maior queda desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020Mercado externo fecha abril com a maior queda desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020 - Foto: Daniel Roland/AFP

A turbulência no mercado externo fez a bolsa cair pela primeira vez após duas altas seguidas e fechar abril com a maior queda desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020. O dólar começou o dia em forte baixa, mas a deterioração do mercado internacional fez a moeda inverter o movimento e encerrar o dia praticamente estável, com leve alta.

O índice Ibovespa, da B3, fechou esta sexta-feira (29) aos 107.876 pontos, com queda de 1,86%. O indicador iniciou o dia com forte alta, chegando a subir 1,7% por volta das 11h e aproximando-se dos 112 mil pontos. O clima, no entanto, mudou no início da tarde, à medida que dados negativos das bolsas norte-americanas influenciaram as negociações em todo o planeta.

Com o desempenho desta sexta-feira, a bolsa encerrou abril com queda de 10,1%, o pior resultado mensal desde março de 2020. O Ibovespa está no menor nível desde 18 de janeiro. Em 2022, o indicador ainda acumula alta de 2,91%.

Dados ruins da gigante do varejo Amazon, que lucrou menos que o esperado por causa da inflação nos Estados Unidos, fizeram as bolsas norte-americanas ter as maiores perdas diárias desde 2020. O índice S&P 500, das 500 maiores empresas, caiu 3,63%. O Dow Jones, das empresas industriais, perdeu 2,77%. O Nasdaq, das empresas de tecnologia, recuou 4,17%.

O dólar também teve um dia de volatilidade, mas os juros altos no Brasil conseguiram evitar uma alta maior da divisa. O dólar comercial fechou o dia vendido a R$ 4,943, com leve alta de 0,06%. Durante a manhã, a moeda operou em forte baixa, chegando a cair para R$ 4,86 pouco antes das 10h, mas passou a subir influenciada pelo mercado externo.

A moeda norte-americana fechou abril com alta de 3,81%, a maior alta em sete meses. Em 2022, a divisa acumula queda de 11,36%. O mês de abril tinha começado de forma otimista para o câmbio. Em 4 de abril, a cotação do dólar chegou a R$ 4,608, no menor nível desde 4 de março de 2020, uma semana antes de a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretar a pandemia de Covid-19.

Desde o dia 22, vários fatores têm empurrado o dólar para cima. A alta da inflação nos Estados Unidos, que está no maior nível em 40 anos, reforçou as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) aumente os juros mais que o previsto. Taxas altas em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil.

Em segundo lugar, o agravamento das medidas de lockdown na China provocou a desaceleração da segunda maior economia do planeta. A expectativa de que o país asiático compre menos commodities (bens primários com cotação internacional) pressionou para baixo os preços de produtos agrícolas e minerais, mas esses itens voltaram a se valorizar nos últimos dias após a China amenizar as medidas de restrição social na principal região produtora de aço do país.

Veja também

Petrobras não está interessada em empilhar dinheiro, diz Magda sobre dividendos
PLANO ESTRATÉGICO

Petrobras não está interessada em empilhar dinheiro, diz Magda sobre dividendos

Banco do Brasil: Clientes aplicaram R$ 4,7 mi no Tesouro via WhatsApp desde lançamento
INVESTIMENTO

Banco do Brasil: Clientes aplicaram R$ 4,7 mi no Tesouro via WhatsApp desde lançamento

Newsletter