Bolsa Família: Gleisi diz que ajuste busca abrir espaço fiscal a outros programas
"Isso não mexe em nada com os beneficiários. Foi um ajuste que nós tivemos que fazer pra ter o espaço fiscal de alguns outros programas", disse a ministra
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse nesta quinta-feira (13) que a redução proposta pelo governo de R$ 7,7 bilhões no Bolsa Família no Orçamento de 2025 não é um "corte" e sim um "ajuste" que não afetará os beneficiários.
Segundo ela, a modificação precisou ser feita para que o governo tivesse espaço fiscal para outros programas, enquanto que o valor destinado ao Bolsa Família "vai se recuperando ao longo do ano".
"Isso não mexe em nada com os beneficiários. Foi um ajuste que nós tivemos que fazer pra ter o espaço fiscal de alguns outros programas e aí vai recuperando ao longo do ano", respondeu Gleisi após se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
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Na quarta-feira (12), o Broadcast mostrou que, apesar de não incluir os gastos com o Pé-de-Meia no ajuste de despesas a ser feito no Orçamento, o Planejamento pediu que cerca de R$ 39,6 bilhões sejam remanejados na peça orçamentária.
Além dos R$ 3 bilhões necessários para garantir o aporte maior no Auxílio-Gás, o governo também pediu o acréscimo de cerca de R$ 7,8 bilhões para a rubrica de "Benefícios Previdenciários" do Fundo do Regime Geral de Previdência Social, por exemplo. Também solicitou que o Congresso acrescente R$ 3 bilhões na rubrica "Apoio Financeiro Reembolsável mediante Financiamento e outros Instrumentos Financeiros para Projetos de Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima" do Fundo Social.
Para acomodar essas novas despesas, o governo então pleiteou a redução de vários outros gastos. Por isso sugeriu que fossem reduzidos cerca de R$ 7,7 bilhões que seriam gastos na rubrica "Transferência Direta e Condicionada de Renda às Famílias Beneficiárias do Programa Bolsa Família" do Ministério do Desenvolvimento Social.
Outros R$ 7 bilhões em ações do Ministério da Educação, como "concessão de bolsas de apoio à educação básica", "Apoio à implantação de escolas em tempo integral" e "apoio à infraestrutura para educação básica" também foram reduzidos, mas o Planejamento pediu que cerca de R$ 3 bilhões fossem repostos em alguns investimentos nas mesmas áreas.