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Economia

Bolsa tem sexta semana de alta e dólar termina a R$ 5,047

Desde o começo de novembro deste ano, o Ibovespa, principal índice acionário brasieliro, acumula alta de 22,54%

DolarDolar - Foto: Agência Brasil

Apesar de um pregão estável, a Bolsa brasileira completou, nesta sexta-feira (11), sua sexta semana seguida de alta, a mais longa sequência de valorização desde o início do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), em 2019.

Desde o começo de novembro deste ano, o Ibovespa, principal índice acionário brasieliro, acumula alta de 22,54%. Nas seis semanas de alta entre dezembro de 2018 e fevereiro de 2019, o ganho foi de 14,2%.

Com a forte alta, o índice está perto de apagar a sua perda de 0,45% neste ano.

O dólar, por sua vez, teve sua quarta semana de queda, perdendo 7,8% no acumulado e 1,5% na semana. Essa é a maior sequência de baixas desde dezembro de 2019.
 



Nesta sexta, a moeda americana teve leve alta de 0,09%, a R$ 5,0470. O dólar turismo está a R$ 5,217.

O avanço das vacinas contra a Covid-19, a vitória de Joe Biden nos Estados Unidos, o salto no preço das matérias-primas, e uma possível alta de juros em 2021 impulsionaram os movimentos.

Neste contexto, há um forte fluxo estrangeiro para ações emergentes, contribuindo para a queda do dólar e alta da Bolsa. Até o dia 9, o saldo de estrangeiros no mercado secundário de ações brasileiro em dezembro é positivo em R$ 6,5 bilhões.

Em relatório a clientes nesta sexta, o Goldman Sachs destacou que aumentar exposição em mercados emergentes, com potencial de ganhos, particularmente em ações e moedas, continua sendo uma prioridade entre os gestores globais.

Eles recomendam ficar comprado em bancos de mercados emergentes (Brasil, México, Índia, Rússia e África do Sul) e vendidos em bens de consumo.

Neste mês, Itaú Unibanco e Bradesco, que detêm relevante participação no Ibovespa, acumulam ganhos ao redor de 10% e Banco do Brasil avança cerca de 14%.

Desde o mês passado, profissionais da área de renda variável também têm citado rotação de portfólios para ações de valor, como bancos, e cíclicas, como as atreladas a commodities, em detrimento de papéis de crescimento, como o ecommerce.

Nesta premissa, e com a alta do petróleo e do minério, Petrobras e Vale sobem cerca de 11% e 9%, respectivamente, em dezembro.

Apesar de não ter renovado a máxima histórica de 119 mil pontos em janeiro, o Ibovespa já acumula ganho de mais de 85% desde as mínimas de março, o que até tem apoiado alguns movimentos de realização de lucros, mas tímidos.

Segundo analistas, o que segura o índice de renovar o recorde é o risco fiscal, sem avanços na agenda de reformas. No pregão desta sexta, o Ibovespa fechou estável, a 115.128 pontos contabilizando alta de 1,2% na semana e de 5,73% no mês.

No exterior, ativos tiveram um dia misto, com incertezas quanto à evolução da pandemia e à força da economia, além da probabilidade de um Brexit sem acordos entre Reino Unido e Europa.

"No limite, um Brexit verdadeiramente desordenado, ao passo que trava o fluxo aéreo, terrestre e marítimo de bens, causaria uma enorme desrrupção. Felizmente, a Comissão Europeia já delineou um plano de contigência, cujo objetivo é justamente evitar este evento catastrófico", escreveram analistas da Guide Investimentos em relatório a clientes.

A Bolsa de Londres caiu 0,8%. Em Wall Street, Dow Jones subiu 0,16% e Nasdaq e S&P 500 cederam 0,23% e 0,13%, respectivamente.

A maior alta na sessão foi da Eletrobras, em meio a perspectivas atreladas a sua privatização, principalmente a chance de que a questão entre na pauta no Congresso ainda no primeiro semestre de 2021.

O BTG Pactual publicou relatório nessa semana recomendando a compra das ações da elétrica, citando reviravolta operacional "sem precedente" e potencial criação de valor relevante no caso de privatização. As ações ordniárias da companhia subiram 5,65% e as preferenciais, 4,23%.

Justiça encerra RJ de Viracopos e ações de administradora disparam Fora do Ibovespa, as ações da Triunfo foram o detaque. Os papéis chegaram a subir 23,96% com o fim da recuperação judicial do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), do qual a empresa é uma das administradoras por meio do consórcio Aeroportos Brasil, também formado por UTC Participações e Egis Airport Operation, junto à Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária).

A decisão da Justiça, na quinta (10), representa uma condição importante para que Viracopos possa prosseguir com a relicitação do aeroporto.

Na prática, a relicitação é uma forma amigável de devolução de concessões para o governo federal. A lei foi apresentada em 2017 no governo Michel Temer (MDB) e regulamentada por Jair Bolsonaro (sem partido) em 2019.

A medida visa endereçar concessões feitas entre 2012 e 2013 que, na época, foram modeladas projetando um ambiente econômico promissor - cenário que não se concretizou, dada a crise econômica no país vista a partir de 2014.

As ações da Triunfo fecharam em alta de 14,58%, a R$ 2,20. Papéis com valores baixos têm variações percentuais mais expressivas.

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