Bolsas da Europa fecham na maioria em baixa, com cautela por política e postura do BCE
Dirigente do BCE, Martins Kazaks afirmou que o corte de 25 pontos-base nos juros na última reunião "foi em certa medida um passo simbólico" da instituição
As bolsas da Europa fecharam na maioria em baixa nesta quinta-feira, 27, em uma sessão na qual prevaleceu mais uma vez a cautela diante do quadro de incerteza política na região, que tem nos riscos uma consolidação fiscal alguns dos maiores temores.
Além disso, a postura do Banco Central Europeu (BCE) segue observada, com dirigentes reforçando uma visão com maior prudência antes de novos cortes de juros.
Leia também
• Alta de juros não está no cenário base do BC, diz Campos Neto
• Lula diz que quem apostar em alta de dólar terá prejuízo
• Lula volta a pôr corte de gastos em xeque, e dólar vai a R$ 5,51
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,41%, a pontos.
Dirigente do BCE, Martins Kazaks afirmou que o corte de 25 pontos-base nos juros na última reunião "foi em certa medida um passo simbólico" da instituição, com pouco efeito prático. Segundo ele, os próximos passos do BCE "dependerão do que acontece com a inflação".
Já o dirigente Peter Kazimir afirmou nesta quinta que uma nova redução das taxas de juros é possível em 2024, mas alertou que ainda vê um "risco significativo de aumento da inflação".
Kazimir se opõe a movimentar os juros em julho, defendendo que é "apropriado esperar até setembro", quando serão divulgadas novas projeções econômicas do BCE.
Nesta quinta, o BC da Suécia - conhecido como Riksbank - decidiu manter seu juro básico em 3,75%, mas sinalizou a possibilidade de dois ou três cortes da taxa na segunda metade do ano.
O tom cauteloso também precede as eleições legislativas da França, cujo primeiro turno está marcado para domingo.
A previsão é de que a extrema direita conquiste a maior votação. Um dos maiores temores é pelo risco que um parlamento não alinhado à redução de gastos proposta pelo presidente Emmanuel Macron possa oferecer ao quadro fiscal da União Europeia.
Para a Oxford Economics, uma consolidação orçamentária bem sucedida na região contribuirá para limitar a emissão de dívida. Mas as melhorias poderão ser desiguais se os planos de consolidação em economias com déficits elevados sofrerem pressão política.
Nesta quinta, índice de sentimento econômico da zona do euro caiu inesperadamente em junho, a 95,9 pontos, pressionado por queda na confiança dos setores industrial e de serviços.
A confiança dos consumidores do bloco teve leve avanço, confirmando estimativa preliminar.
Entre ações individuais, a da Hennes & Mauritz (H&M) tombou 12,97% em Estocolmo, após a multinacional sueca de moda decepcionar com balanço trimestral e projeções. Em Londres, o FTSE 100 caiu 0,55%, a 8.179,68 pontos.
Em Paris, o CAC 40 recuou 1,03%, a 7.530,72 pontos. Em Milão, o FTSE MIB cedeu 1,06%, a 33.186,89 pontos. Em Madri, o Ibex35 teve queda de 0,72%, a 10.951,50 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 caiu 0,36%, a 6.522,65 pontos. A exceção foi Frankfurt, onde o DAX subiu 0,30%, a 18.210,55 pontos.