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Banco do Brasil

Bolsonaro diz que BB precisa ter 'lado social', mas nega interferência no banco

Em meados de janeiro, Bolsonaro chegou a determinar a demissão do presidente do BB após repercussão negativa

Banco do BrasilBanco do Brasil - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Mais de 10 dias depois de uma crise que quase levou à demissão do presidente do Banco do Brasil, André Brandão, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que a instituição precisa ter também "um lado social", numa crítica indireta ao programa de enxugamento capitaneado pelo executivo.

Apesar da fala, Bolsonaro disse que não interfere em decisões do banco. Em meados de janeiro, o presidente chegou a determinar a demissão de Brandão após a repercussão negativa entre parlamentares do plano de reestruturação do banco, que inclui um programa de demissão voluntária e o fechamento de agências.

"No Banco do Brasil eu [governo federal] sou o maior acionista, não sabia que era tão rico assim. Agora, decisão, eu tenho que tomar conhecimento. Tem liberdade para trabalhar, mas tenho que tomar conhecimento. Não posso saber de certas decisões, de qualquer órgão, qualquer ministério, pela mídia. Não posso saber, isso já foi conversado com todos os ministros. Eu não posso ser o último a saber. Negativo", declarou o presidente neste sábado (30) ao deixar uma concessionária de motos em Brasília.

"A Caixa Econômica tem seu lado social muito forte. O Banco do Brasil também tem o seu lado social. Você pega uma agência no interior do Brasil, [numa cidade que] tem 3.000 habitantes, só tem um Banco do Brasil lá. Então não é lucrativo, muitas vezes não é. Então você tem que ter o lado social no tocante a isso também. Agora o enxugamento que eles querem fazer é no mundo também", acrescentou o presidente.

À época da crise, interlocutores de Bolsonaro disseram que o ministro Paulo Guedes (Economia) e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, conseguiram convencer Bolsonaro a preservar Brandão à frente da instituição.

Pessoas que acompanham o tema afirmaram ainda que reestruturação do banco será mantida, sem mudanças no plano de demissão voluntária.

Ajustes devem ser feitos apenas na parte do pacote que prevê o fechamento de agências, o que causou maior desagrado entre parlamentares. Segundo relatos, é possível que haja uma revisão de parte das unidades que seriam fechadas, com substituição por outras.

Neste sábado, apesar dos comentários, Bolsonaro disse que não interfere no banco. "Olha só, eu não interfiro. Deixar claro, estão loucos para meter um processo em cima de mim por interferência. Eu não interfiro. Agora, qualquer ministro, qualquer presidente de banco, qualquer presidente de estatal, eu que ponho e eu que demito. E não tenho que dar satisfação para ninguém, porque isso recebi do povo para trabalhar dessa maneira", disse.

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