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IPCA

Bônus de Itaipu em janeiro deve empurrar descumprimento da meta de inflação para julho de 2025

Números consideram as projeções mensais de inflação inseridas por economistas no Sistema Expectativas de Mercado

A redução da conta de luz em janeiro, com a incorporação do bônus de Itaipu, deve impedir que a inflação rompa o teto da meta no início do ano que vemA redução da conta de luz em janeiro, com a incorporação do bônus de Itaipu, deve impedir que a inflação rompa o teto da meta no início do ano que vem - Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

A redução da conta de luz em janeiro, com a incorporação do bônus de Itaipu, deve impedir que a inflação rompa o teto da meta no início do ano que vem. A mediana do relatório Focus para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro caiu de 0,44% para 0,04%, refletindo a incorporação dessa medida.

Tudo o mais constante, essa taxa próxima de zero vai levar a inflação acumulada em 12 meses a cair de 4,84% em dezembro para 4,44% no primeiro mês de 2025 - abaixo do limite superior do alvo, de 4,50%.

Esses números consideram as projeções mensais de inflação inseridas por economistas no Sistema Expectativas de Mercado, que embasa o relatório Focus.

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), até a semana passada era consenso no mercado que o IPCA superaria o teto da meta nos seis primeiros meses de 2025, o que levaria o futuro presidente da autarquia, o atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, a escrever uma carta para explicar as razões do descumprimento.

O novo alvo é apurado com base no IPCA acumulado em 12 meses. Se ele ficar acima ou abaixo do teto (4,5%) ou piso (1,5%) da meta por seis meses seguidos, considera-se que o BC perdeu a meta de inflação

Mesmo assim, o efeito do bônus de Itaipu é pontual e a expectativa é que ele seja totalmente devolvido a partir de fevereiro. O mercado aumentou a projeção de inflação do mês de 0,73% para 1,20% - o que fará com que o IPCA acumulado em 12 meses suba a 4,83% nesse período.

Conforme as medianas, ele deve se manter acima de 4,50% em março (5,08%), abril (5,12%), maio (4,94%), junho (5,0%) e julho (4,87%). Com essa sequência de seis meses, a meta será perdida.

Segundo as medianas, o IPCA acumulado em 12 meses deve permanecer acima de 4,50% até fevereiro de 2026, quando cairia a 4,32%.
 

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