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Combustível

BR Distribuidora detecta novos problemas em gasolina de aviação importada pela Petrobras

A gasolina de aviação é usada apenas em aeronaves de menor porte e, por isso, o problema não afeta a aviação comercial

AviãoAvião - Foto: Divulgação

 A BR Distribuidora decidiu suspender nesta quarta-feira (3) as vendas de gasolina de aviação após identificar problemas de qualidade no produto. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) recomendou que os usuários suspendam o abastecimento caso tenham evidências de contaminação.

A gasolina de aviação é usada apenas em aeronaves de menor porte e, por isso, o problema não afeta a aviação comercial. Em nota, a BR diz que está recolhendo o produto defeituoso e o substituindo por novas cargas dentro das especificações.
O problema ocorre apenas sete meses depois que a importação de um lote defeituoso pela Petrobras deixou aeronaves da aviação comercial impossibilitadas de voar no país. Na ocasião, mais de 50 aeroportos brasileiros chegaram a ficar sem o produto.

"Ao longo do ano passado, o Brasil descobriu que não pode confiar na Avgas (termo técnico para o combustível) comercializada no Brasil", reclamou nesta quarta, em nota, a Aopa Brasil (Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves do Brasil).


"Um novo fato como esse demonstra que, definitivamente, a aviação brasileira não é levada a sério, nem mesmo no mais elementar insumo para sua operação segura", conclui o texto, que cobra providências da Anac, do Ministério da Infraestrutura e da ANP (Agência Nacional do Petróleo).

Em nota, a Anac disse que vem acompanhando o caso para compreender o nível de adulteração e os impactos na aviação brasileira.

"Se houver confirmação de contaminação que comprometa de imediato a operação de aeronaves, a Anac atuará imediatamente em prol da segurança da aviação, podendo, inclusive, recorrer a medidas cautelares e emergenciais."

Toda a gasolina de aviação vendida no mercado brasileiro é importada pela Petrobras, que ainda não se manifestou sobre o assunto. Em junho de 2020, a empresa alegou que o produto com problemas foi comprado em um fornecedor "de reputação" nos Estados Unidos.

A estatal defendeu na época que o combustível não estava adulterado e nem contaminado, mas com um teor de compostos aromáticos abaixo do normal. Proprietários de aviões em todo o país reclamaram de avarias principalmente em peças de borracha após o uso do produto.

Em novembro, a Justiça do Distrito Federal determinou que a empresa indenizasse em R$ 59,3 mil dois proprietários de um avião pelos custos dos reparos no sistema de armazenamento e distribuição de combustível da aeronave.

Na nota divulgada nesta quarta, a BR disse que "está iniciando as ações para recolhimento do produto comercializado, devolução do lote armazenado e recebimento de novos lotes, e recomendou aos seus clientes diretos e revendedores que adotem as mesmas providencias, de modo a restabelecer o abastecimento no menor tempo possível".

"Informamos ainda, que a BR está colaborando com o levantamento que está sendo feito pelo fornecedor sobre a origem do problema e que os órgãos reguladores foram comunicados do ocorrido", completa o texto.

A ANP afirmou que "está buscando, junto à BR Distribuidora, mais informações para entender a natureza e a extensão do ocorrido, para eventuais providências".

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