Economia

Brasil bate recorde de produção de suínos e frango e continua dependente da China nas exportações

Depois do boicote à carne bovina brasileira, deputado Eduardo Bolsonaro disse que asiáticos queriam derrubar preço

Produção de suínosProdução de suínos - Foto: CNA/Wenderson Araujo/Trilux

O Brasil vai bater recorde de produção e exportação de carne suína e frangos este ano e continua dependente da China, que continua sendo o principal destino das vendas destes produtos no exterior. No caso da carne suína, o país asiático comprou 49% do total de 1,1 milhão de toneladas vendidas ao exterior. Já em relação ao frango, os chineses adquiriram 14% das 600 mil toneladas exportadas.

"A China continua sendo o maior destino desses produtos porque paga melhor", justificou Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) que divulgou números do setor nesta quinta-feira.

Depois do embargo de três meses à compra de carne bovina por conta da detecção de dois casos de "vaca louca", em setembro, a China reabriu ontem o mercado ao produto brasileiro.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), postou em rede social acusações contra a China, afirmando que o país quer criar obstáculos para forçar a queda de preços de determinados produtos, como a carne brasileira.

"Diversificar suas exportações afim de não depender exclusivamente de nenhum país faz parte de estratégia geopolítica para evitar problemas como este. A fama da China já vai longe em práticas como essa: criam obstáculos somente para baixar os preços", escreveu o deputado.

Santin afirmou que a reabertura do mercado chinês à carne bovina brasileira é importante porque reforça a confiança das autoridades do país asiático no Brasil.

"A normalização do fluxo de exportações beneficia todas as proteínas", disse o presidente da ABPA.

Santin lembrou que as exportações de frango e de suínos produzidos no Brasil vai crescer este ano e bater recorde. As exportações de frango serão 8% maiores do que em 2020 e de suínos o percentual será 10,5% superior.

Ele disse, entretanto, que os preços subiram no mercado interno por causa do aumento dos custos de produção e não por conta do aumento da venda ao exterior. Os aumentos devem continuar em 2022, mas não é possível determinar de quanto será o repasse.

"Vai ser um aumento diluído durante o ano e em determinados produtos, dependendo de cada empresa —afirmou.

Já a produção de carne de frango vai crescer 3,5% este ano, chegando a 14,3 milhões de toneladas, enquanto a de suínos será 6% superior este ano, atingindo 4,7 milhões de toneladas.

Santin comemorou a prorrogação da desoneração da folha de pagamentos, que agora vale até 2023, e disse que o setor está contratando - até com falta de mão de obra. Além do segmento de proteína animal, outros 16 setores da economia também serão beneficiados com a medida.

"Sem a desoneração, teríamos mais aumento de preço nas prateleiras e demissões", afirmou.

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