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Brasil não deve exportar apenas energia verde, dizem Haddad e Marina

Com agricultura de baixo carbono, país exportará sustentabilidade

Fernando Haddad, ministro da Fazenda.Fernando Haddad, ministro da Fazenda. - Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Meio Ambiente, Marina Silva defenderam, nesta segunda-feira (18) em Nova York, que o Brasil não seja apenas exportador de energia verde, mas que a use para a agregar valor às matérias-primas do país, de forma a fabricar produtos sustentáveis.

Os dois ministros participaram do seminário Brasil em Foco: Mais Verde e Comprometido com o Desenvolvimento Sustentável, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) na Bolsa de Valores de Nova York, nos Estados Unidos.

Energia verde é aquela gerada a partir de recursos renováveis e ambientalmente adequados por serem repostos pela natureza a uma velocidade superior ao tempo de consumo. “O Brasil pode se tornar exportador de energia limpa, exportando lítio e hidrogênio, ou podemos usar uma parte dessa energia para a produção de produtos verdes”, disse Haddad ao iniciar sua participação no seminário.

Ele lembrou que o vice-presidente Geraldo Alckmin – que é também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – está “inteiramente envolvido nessa agenda”, uma vez que a neoindustrialização é da competência de sua pasta.

Parcerias
Haddad explicou que essa agenda depende da compreensão de que não há separação entre sustentabilidade e desenvolvimento. “Isso é coisa do passado e dos equívocos do passado. O futuro é do desenvolvimento sustentável, e o Brasil pode ter um papel proeminente, sabendo lidar com as nossas parcerias”, disse o ministro ao manifestar sua torcida para que seja aprovado no segundo semestre o acordo que aproximará Mercosul e União Europeia.

"Temos uma oportunidade única de mostrar que nosso país é aberto aos negócios verdes. Temos que abrir a nossa economia para o Green Business e tornar o Brasil o porto de chegada de investimentos que visam à sustentabilidade do planeta, a sustentabilidade social e a sustentabilidade das contas públicas”, disse referindo-se também às expectativas com a reunião bilateral prevista entre os presidentes Lula e Joe Biden, dos Estados Unidos.

O ministro defendeu também parcerias entre empresas estatais e privadas, visando ampliar as oportunidades de negócios sustentáveis. Nesse sentido, elogiou a associação entre a Petrobras e a WEG para a produção de equipamentos voltados à geração de energia eólica.

“Essa parceria em torno de energia eólica é uma grande notícia. No passado, talvez fosse um tabu, mas as empresas estão com os olhos voltados para o futuro. Precisamos promover mais parcerias também entre as empresas brasileiras e estrangeiras. E temos de usar as compras governamentais para transferir tecnologia para o Brasil”, acrescentou.

Exportador de sustentabilidade
Marina Silva lembrou de algumas falas do presidente Lula, segundo as quais, o Brasil será um “grande exportador de sustentabilidade”.

“Ao produzirmos agricultura de baixo carbono, estaremos exportando sustentabilidade; ao produzirmos hidrogênio verde, estaremos exportando sustentabilidade; ao fazermos manejo florestal e vendermos nossas madeiras com valor agregado, estaremos exportando sustentabilidade. Isso tudo dentro de uma quadratura que já nos ajuda muito: o programa de transição ecológica”, disse a ministra.

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