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Brasil perde mais duas posições em ranking mundial de competitividade da IMD

O país ficou na 62ª colocação no ranking deste ano, que foi liderado por Cingapura

 Centro Mundial de Competitividade da IMD (Institute for Management Development) Centro Mundial de Competitividade da IMD (Institute for Management Development) - Foto: Reprodução/imd.org

O Brasil caiu mais duas posições, ficando à frente de apenas cinco países - Peru, Nigéria, Gana, Argentina e Venezuela -, no ranking mundial de competitividade da escola de negócios suíça IMD (Institute for Management Development).

O País ficou na 62ª colocação no ranking deste ano, que foi liderado por Cingapura.

Além de ser ultrapassado, do ano passado para cá, por África do Sul e Mongólia, o Brasil desceu uma posição por causa da inclusão no ranking de uma economia mais competitiva: Porto Rico.
 

O País só não caiu para as três últimas colocações, juntando-se à Argentina e Venezuela, porque dois países menos competitivos (Nigéria e Gana) também passaram a ser avaliados neste ano, e pelo fato de o Peru ter despencado da 55ª para a 63ª colocação.

O levantamento considera indicadores estatísticos, que têm peso maior (dois terços) nas notas dos países, e pesquisas de opinião com executivos e empresários de diferentes setores. No Brasil, foram entrevistados mais de 100 executivos pela Fundação Dom Cabral (FDC), parceira do IMD. Ao todo, os países são comparados em 336 indicadores.

A edição deste ano mostra uma avaliação positiva do desempenho econômico do Brasil, principalmente em relação ao emprego e ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Por outro lado, o País está dentre as quatro piores posições quando se olha para custo de capital, legislação trabalhista, contas públicas e barreiras tarifárias, itens que entram na esfera das políticas governamentais.

Em educação, tanto básica quanto universitária, o Brasil está em penúltimo lugar no ranking. Na avaliação do acesso das empresas ao crédito, está na última colocação.

"Estamos caindo porque estamos asfixiando a cadeia produtiva brasileira, o custo de capital está cada vez maior e porque tem 'muito Brasília e pouco Brasil'. Também não estamos focando em ciência, tecnologia, inovação e formação de mão de obra.

Estamos deixando de lado esta agenda", comenta o professor Hugo Tadeu, diretor do núcleo de inovação e tecnologias digitais da Fundação Dom Cabral e líder da pesquisa no Brasil.

Desde 2020, quando ocupava a 56ª colocação, o Brasil já caiu seis posições no ranking, seja pela inclusão de economias mais competitivas ou por ter sido ultrapassado por países como Eslováquia, Jordânia e Croácia.

Os países nas melhores colocações no estudo - Cingapura, Suíça e Dinamarca neste ano - se destacam por políticas públicas eficazes, infraestrutura avançada e educação básica sólida, o que permite um ambiente favorável à inovação e aos investimentos.

No caso brasileiro, avalia a FDC, os desafios para melhorar a competitividade incluem a baixa oferta de programas para a formação de gestores, a falta de eficiência do setor público e a burocracia excessiva.

"O olhar macro, do nosso crescimento, é satisfatório, mas quando vamos para o micro há muitos desafios. Se não tivermos uma agenda estratégica para o País, vamos continuar amargando essas posições", acrescenta Tadeu.

América Latina embaixo
Iniciado em 1989, o ranking mundial de competitividade chegou à 36ª edição. Os países da América Latina seguem posicionados na metade de baixo da tabela, sendo o Chile, na 44ª colocação, o melhor colocado na região.

Dentre as maiores economias do mundo, os Estados Unidos caíram da nona para a 12ª colocação em relação ao ano passado, enquanto a China subiu da 21ª para a 14ª posição entre os países que oferecem as melhores condições para uma empresa prosperar e concorrer em mercados internacionais.

Já os países que encabeçam o ranking são economias pequenas, mas que utilizam bem seus acessos a mercados do exterior.

O objetivo do levantamento é identificar tanto os pontos fortes quanto as deficiências de cada economia, de modo a orientar governos e empresas na implementação de políticas e estratégias.

           

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