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5G

Brasil se aproxima de meta de atrair R$ 50 bilhões com leilão de 5G

O cálculo oficial prevê em torno de R$ 39 bilhões (ou US$ 7 bilhões) de investimentos em infraestrutura, incluindo equipamentos e torres de transmissão, no vasto território brasileiro

O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Leonardo de Morais e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, inauguram exposição sobre a história da AnatelO presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Leonardo de Morais e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, inauguram exposição sobre a história da Anatel - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O Brasil vendeu nesta quinta-feira (4) os principais lotes de sua futura rede 5G, em um primeiro dia - considerado bem-sucedido - do maior leilão da história do país no setor das telecomunicações, com o qual espera atrair cerca de R$ 50 bilhões em investimentos.

O valor total será anunciado nesta sexta-feira ao final da licitação, mas o ministro das Comunicações, Fábio Faria, adiantou que nesta quinta-feira a cifra já chegou a R$ 43,7 bilhões.

No primeiro dia de abertura dos envelopes e análise das propostas de 15 empresas, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) atribuiu as frequências mais interessantes aos principais players do setor.  

"Sucesso o primeiro dia de Leilão do 5G, superando todas as expectativas", comemorou Faria no Twitter.

O total das concessões anunciadas foi superior a R$ 7 bilhões, segundo cálculos da AFP com base na soma dos editais da Anatel, aos quais serão somados os investimentos para a criação da infraestrutura.

O governo estima que a licitação do 5G, uma das primeiras da América Latina e considerada por especialistas uma das maiores do mundo, deveria alcançar quase R$ 50 bilhões (em torno de US$ 9 bilhões) entre investimentos em infraestrutura e concessões em quatro blocos subdivididos.

“Até agora o leilão tem sido bem-sucedido. Dos blocos que já foram licitados, a grande maioria recebeu propostas e muitos receberam um valor acima do mínimo esperado”, disse à AFP Christian Perrone, coordenador da área de Direito e Tecnologia do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS).

Entre as vencedoras - Claro (filial da mexicana América Móvil), Telefônica Brasil (dona da Vivo e filial do grupo espanhol) e Tim (filial da Telecom Itália) - foram distribuídas licenças de alcance nacional no principal bloco para operação na faixa de 3,5 GHz.

Com a nova rede, o Brasil aspira promover o crescimento econômico com maior eficiência para os diversos setores produtivos, e conexão para mais brasileiros, instituições de ensino e até rodovias.

O processo licitatório, que seguirá nesta sexta-feira com uma frequência de uso industrial, inclui uma rede paralela para uso exclusivo do governo, na qual não será possível usar equipamentos da empresa chinesa Huawei. A companhia foi excluída pelos termos do edital, em meio a uma disputa geopolítica por acusações de espionagem feitas, especialmente, pelos Estados Unidos.

As definições para a montagem da nova rede começaram pela manhã com um martelo simbólico do presidente Jair Bolsonaro em evento em Brasília, onde destacou o avanço "histórico" na conectividade do país.
 

Impulso à economia 

Entre as 15 empresas que apresentaram propostas, cinco já oferecem serviços de telecomunicações no país. As outras dez são empresas menores, especialmente de serviços de banda larga por fibra ótica.

Ums das novas operadoras será a Winity II Telecom, o primeiro vencedor do dia, que prometeu levar internet a rodovias e locais mais remotos.

O cálculo oficial prevê em torno de R$ 39 bilhões (ou US$ 7 bilhões) de investimentos em infraestrutura, incluindo equipamentos e torres de transmissão, no vasto território brasileiro. Especialistas estimam que o 5G precisa de entre quatro e dez vezes mais antenas do que o vigente 4G.  

Segundo Faria, a implementação do 5G poderia representar um crescimento de 10% só para o agro, um setor com potencial de impulsionar 2,5% do PIB na próxima décda.

Essa rede permitirá conectar aparelhos entre si e na nuvem, com tempos de resposta imediatos, possibilitando, por exemplo, o desenvolvimento de cidades inteligentes, veículos autônomos ou cirurgias à distância.

Enquanto se prepara para dar este salto para o futuro, o Brasil buscará incluir 40 milhões de pessoas sem conexão e compensar o atraso das áreas menos desenvolvidas, como da Amazônia.

"Visitei comunidades indígenas e o que pediram? Pediram internet (...) Não são apenas os indígenas, são quase 10.000 localidades pequenas que não têm internet e agora vão ter", disse Bolsonaro.

Embora a licitação tenha demorado meses e o país esteja atrasado em relação a outros da Europa e Ásia, a chegada da nova tecnologia ao Distrito Federal e nas 26 capitais estaduais está prevista até 31 de julho de 2022.

No restante das cidades, com populações maiores que 30.000 habitantes, o 5G chegará entre 2025 e 2028.

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