Brasil tem deflação de 0,68% em julho, a 1ª desde maio de 2020 e a menor taxa já registrada
Corte de impostos ajudaram a reduzir preço dos combustíveis, levando IPCA para campo negativo
Puxado pela queda no preço dos combustíveis, o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) do IBGE registrou deflação de 0,68% em julho, segundo dados divulgados nesta terça-feira. É a primeira queda no indicador de inflação desde maio de 2020 (-0,25%), período auge das medidas restritivas por conta da pandemia de Covid-19, e a menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980.
Os preços da gasolina caíram 15,48% e os do etanol, 11,38%, segundo o IBGE. Somente a gasolina contribui com -1,04 ponto percentual sobre o indicador. Também foi registrada queda no preço do gás veicular, com -5,67%.
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Perspectivas
Economistas projetam IPCA negativo em agosto, em função da continuidade da queda dos preços administrados. Isso porque a Petrobras anunciou no final de julho duas reduções no preço da gasolina vendida pelas refinarias, o que deve chegar às bombas dos postos ao longo do mês de agosto.
Em setembro, porém, o indicador deve voltar a subir e ficar no campo positivo. O IPCA deve terminar o ano em 7,11%, de acordo com a mediana das expectativas do Boletim Focus. O resultado tira a inflação do patamar de dois dígitos (10,06%) registrados em 2021, mas bem acima dos 4,52% em 2020.
Para 2023, a projeção já sobe pela décima oitava semana consecutiva: analistas esperam alta de 5,36%.