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G20

Brasil usa presidência do G20 para propor mudanças nas regras do comércio agrícola entre países

Fórum debate o papel do agro brasileiro no comércio global e abordagem multilateral do país para ampliar trocas internacionais sem esquecer a sustentabilidade

Plantação de trigoPlantação de trigo - Foto: Pixabay

Nas discussões do G20, o grupo que reúne as maiores economias do mundo, o Brasil tem proposto ajustes no equilíbrio entre a expansão do comércio internacional e o desenvolvimento sustentável. O país ocupa a presidência rotativa do bloco até novembro.

O futuro do comércio agrícola do país vai dominar a 3ª edição do Fórum Futuro Agro, que a Globo Rural realizará amanhã, em São Paulo, em parceria com o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora). O evento reunirá especialistas, produtores rurais, indústrias, bancos e entidades representativas para discutir as perspectivas para o agro brasileiro neste momento de transformação do comércio global. As inscrições para o fórum já se encerraram.

A liderança brasileira no G20 coincide com os preparativos para a entrada em vigor da lei antidesmate da União Europeia (UE), que pode mudar a relação de forças no comércio global. Na presidência do grupo, o Brasil tem buscado formar consensos e propor avanços no multilateralismo.

"Cada país está fazendo de forma unilateral suas leis e estratégias. Isso tem impactos sobre o comércio exterior" diz o embaixador Fernando Meirelles de Azevedo Pimentel, diretor do Departamento de Política Comercial do Ministério das Relações Exteriores, que está à frente do Grupo de Trabalho de Comércio e Investimentos do G20.

Buscar consenso entre os integrantes do grupo e defender os interesses nacionais não são tarefas excludentes, avalia o embaixador. O Brasil precisa fomentar o diálogo sobre sustentabilidade, segurança alimentar e previsibilidade do comércio, três dos aspectos que mais geram receio entre exportadores que vendem ao mercado europeu.

É o caso do café: a UE é o destino de 45% exportações brasileiras do grão. O bloco ainda importa 25% do couro e 15% da soja exportada pelo Brasil.

"Mais de 30% de tudo que vai para a Europa está coberto pelo aspecto antidesmatamento" afirma Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

A preocupação, segundo ela, é que, por vezes, a agenda verde seja instrumento de interesses protecionistas.

A agenda climática também faz parte do G20. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os problemas climáticos devem reduzir a produção agrícola brasileira neste ano.

A programação do Fórum Futuro do Agro terá três painéis. No primeiro, “O agro na União Europeia: rastreabilidade e baixas emissões”, terá a participarão de André Nassar, diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove); Damian Taberner, representante da UE; Marcello Britto, do Consórcio Amazônia e da Fundação Dom Cabral; Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade da Marfrig/BRF; e Ricardo Andrade, do Sistema de Rastreabilidade do Couro.

O painel “O agro na China: perspectivas da cooperação na jornada de sustentabilidade” contará com Liege Nogueira, diretora de Sustentabilidade da JBS; Silvia de Miranda, pesquisadora da Esalq/USP; Tulio Cariello, do Conselho Empresarial Brasil-China; Wu Changxue, da Embaixada da China no Brasil; e Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais.

Já o painel “O novo normal: a agropecuária e a emergência climática” terá Ana Doralina, da Mesa Brasileira de Pecuária Sustentável; Antônio da Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura do RS; Márcio Madalena, secretário-adjunto de Agricultura do RS; Eduardo Assad, pesquisador da Embrapa e professor da FGV; e Vamiré Luiz Sens Júnior, gerente de Sustentabilidade da JBS.

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