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Braskem: J&F entra na disputa por empresa petroquímica

Holding controlada pela família Batista já estava em conversa com bancos nos últimos dois meses para comprar participação da Novonor (ex-Odebrecht)

BraskemBraskem - Foto: Divulgação

A disputa pela Braskem, empresa líder na produção de plástico nas Américas, ganhou novo interessado. A J&F, holding controlada pela família Batista, apresentou proposta para comprar a parte da Novonor (ex-Odebrecht) na empresa, de acordo com fontes do setor.

A Novonor quer vender os 50,1% do capital votante que detém na Braskem. A Petrobras, por sua vez, conta com 47% das ações com direito a voto na empresa e tem direito de preferência nas negociações por conta do acordo de acionistas.

O interesse da J&F já era esperada pelo mercado. Segundo uma fonte, a oferta da J&F foi apresentada à empresa após conversas com os bancos ao longos dos últimos dois meses. A Novonor está em processo de recuperação judicial com dívidas superiores a R$ 15 bilhões com instituições financeiras. As ações da Braskem foram dadas como garantia. Por isso, bancos como BNDES, Banco do Brasil, Santander, Bradesco e Itaú Unibanco, precisam aprovar o negócio.

O interesse da J&F ocorre após ofertas feitas pelo fundo de private equity americano Apollo Global Management e pela Abu Dhabi National Oil Company (Adnoc), a estatal de petróleo de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, além da rival Unipar, uma das principais produtoras de PVC, cloro e soda na América do Sul.

Nesta semana, a Petrobras também sinalizou interesse na Braskem, solicitando acesso ao data room virtual para um eventual exercício de tag along ou de direito de preferência na hipótese de alienação das ações detidas pela Novonor na companhia petroquímica.

Em maio, a Braskem havia recebido oferta de compra do fundo de private equity americano Apollo Global Management e pela Abu Dhabi National Oil Company (Adnoc), a estatal de petróleo de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. As empresas ofereceram R$ 47 por ação, com parte sendo pago à vista e o restante através de emissão de títulos e do chamado "warrant", instrumentos financeiro que permite a compra de ações.

Depois, em junho, a Unipar fez uma proposta firme para comprar a totalidade das ações que a Odebrecht tem na Braskem. O valor da proposta chega a R$ 10 bilhões. A Unipar propõe fazer uma oferta pública de ações a acionistas minoritários detentores de ações ordinárias e preferenciais. Haveria também uma oferta para comprar até a totalidade das ADRs (recibos depositários americanos) listadas na Bolsa de Nova York.

Segundo a Unipar, a operação prevê o pagamento parcial dos bancos credores e uma renegociação para o saldo da dívida remanescente. A Unipar disse que vai negociar a participação da Petrobras na operação, "buscando um formato satisfatório para todas as partes envolvidas".

Ontem, o Governo de Alagoas criticou as tratativas que estão em curso para a transferência de controle acionário da empresa. Em nota, o governo de Alagoas alega que o estado deve participar das negociações. Em Maceió, em 2018, houve um afundamento no solo de cinco bairros da capital alagoana em decorrência de mineração feita pela Braskem na região. O tema está na Justiça.

Assim, o acidente tornou Alagoas, diz o governo do estado, o "maior credor da Braskem". O governo afirma que tem uma dívida que "supera a casa de duas dezenas de bilhões de reais, na soma de todos os atores e locais atingidos". Segundo o governo, houve a realocação de 17 mil imóveis, 60 mil pessoas tiveram que abandonar suas casas, 3.600 empresas foram fechadas, desempregando dez mil pessoas.

A Braskem, por sua vez, disse que até março de 2023 já foram desembolsados R$ 7,5 bilhões com as ações adotadas em Alagoas, incluindo indenizações e medidas socioambientais e econômicas. As provisões já feitas somam mais de R$ 13 bilhões, informou a empresa ao Globo.

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