BRASIL

Caixa quer se tornar um dos principais operadores do mercado de bets no país, diz banco

Instituição vai atuar no segmento através da Loterias Caixa e prevê arrecadar 50% do que obtém com jogos tradicionais

Prédio da Caixa Econômica Federal Prédio da Caixa Econômica Federal  - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente da Caixa, Carlos Vieira, disse que a Loterias Caixa quer se tornar um dos principais players do mercado de bets no país. A empresa é uma das 113 que fez o pedido ao Ministério da Fazenda para atuar nesse segmento, que no ano passado movimentou até R$ 100 bilhões, segundo algumas estimativas informais, já que o mercado no Brasil ainda não é regulado.

A Caixa detém o monopólio de exploração de jogos das loterias no país e no primeiro semestre do ano arrecadou R$ 12,3 bilhões com esses jogos. No mesmo período do ano passado, a arrecadação foi de R$ 10,34 bilhões. A expectativa da Caixa é que a arrecadação com as apostas em bets fique em cerca de 50% do que a Loterias Caixa obtém nos jogos tradicionais, inicialmente. Com a maturidade da operação, a tendência é que o valor possa crescer.

 

— Queremos ser um dos principais players no mercado de bets. Há muito espaço para crescer e isso tem um efeito social muito grande. Grande parte dos impostos cobrados sobre as loterias são destinados ao público que precisa de assistência. A Caixa quer estar presente no segmento de bets e há uma série de iniciativas a serem construídas — explicou Vieira.

Vieira disse que o monopólio de jogos da Caixa gera a percepção do benefício social que pode ser distribuído à sociedade com a arrecadação obtida. A nova dinâmica dos jogos, através das bets, fez o governo federal trazer para si a responsabilidade sobre a regulamentação dos jogos, inclusive com a preocupação do vício, afirmou Vieira. O presidente da Caixa disse que o banco tem responsabilidade social com o comportamento dos usuários.

—As bets não impactam nos jogos tradicionais da Caixa, mas resolvemos entrar por conta da natureza concorrencial. Vamos fazer uma ação educiativa no banco para os apostadores. Isso vai distinguir a Caixa do restante do mercado, através da responsabildade que tem sobre o apostador e a destinação dos recursos para a sociedade — afirmou ele, observando que as empresas que atuavam até agora eram agentes de meio de pagamento, usando esse mecanismo fora do Brasil, e sem nenhum retenção de recursos para o país.

Preocupação com vício
A diretora-presidente da Loterias Caixa, Lucíola Vasconcelos, reforçou que a Caixa tem preocupação com o que o jogo pode trazer aos apostador. Ela afirmou que a Caixa tem alertas, orientação e condições para que o apostador não incorra em vício.

— Somos a única que empresa que já tem isso (alertas ao jogador) mesmo num mercado que ainda não é regulado. E com a entrada nas bets, a Caixa passa a atuar em um novo mercado — afirmou ela, também garantindo que as bets não concorrem com os produtos tradicionais da Caixa.

Ela disse que apesar de ter mais de 3 mil pontos físicos pelo país, a Loterias Caixa vai atuar no segmento de bets como as demais empresas atuam, ou seja, através de canais digitais.

Sobre a exigência do Ministério da Fazenda de capital social mínimo de R$ 30 milhões para operação (a Loteria Caixa tem capital social de R$ 11,8 milhões), Lucíola afirmou que a empresa está se encaminhando para estar apta a atuar dentro dos prazos e das regras estabelecidas pelo Ministério.

A Caixa detém o monopólio de exploração de jogos das loterias no país. Sua subsidiária, a Loterias Caixa, foi criada em 2015 para administrar as casas lotéricas, que são responsáveis pelos jogos de Mega Sena, Lotofácil, Quina e demais produtos.

A “Lei das Bets” foi sancionada no começo do ano pelo presidente Lula. Além da taxação de 15% de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) sobre o lucro líquido dos prêmios. AS empressas terão que pagar R$ 30 milhões em outorga. A lei também prevê que o Ministério da Fazenda é o responsável pela autorização e operação das bets.

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