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BRASIL

Câmara vota, nesta quarta-feira (17), urgência do arcabouço fiscal; veja o que está em jogo

Relatório do deputado Cláudio Cajado foi apresentado na segunda-feira (15)

Plenário da Câmara de DeputadosPlenário da Câmara de Deputados - Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Depois de quase um mês de intensas negociações, o relatório do novo arcabouço fiscal na Câmara chega à reta final. O requerimento de urgência para acelerar a tramitação do projeto será votado nesta quarta-feira *(17) no plenário da Casa. O projeto é prioritário para o governo Lula.

O pedido de urgência garante que o projeto "fure" a fila de votação e possa ser colocado em apreciação diretamente no plenário, sem passar por comissões. A disposição de votação acelerada já havia sido sinalizada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e foi combinada com líderes partidários.

Já a votação do projeto em si ficou para a semana que vem. O relatório do deputado Cláudio Cajado (PP-BA) foi apresentado por ele na noite de segunda-feira.

O governo espera uma votação expressiva a favor da urgência e do projeto. São necessários os votos de pelo menos 257 dos 513 deputados tanto na votação da urgência quanto para a aprovação do texto em si.

O arcabouço fiscal irá substituir o teto de gastos, que impede o crescimento das despesas acima da inflação do ano anterior. A nova regra permitirá o crescimento dos gastos acima do índice de preços, mas isso dependerá do comportamento das receitas. O aumento real das despesas será equivalente a 70% do incremento das receitas acima da inflação. Essa variação terá de 0,6% a 2,5% ao ano.

 

Medidas de ajuste
O relator adotou medidas de ajuste fiscal caso a meta fiscal não seja cumprida. Essa meta será anual e fixada no início de cada governo. O resultado é a diferença entre as despesas e as receitas do governo.

O presidente Lula conseguiu garantir que o reajuste do salário mínimo fique fora das sanções previstas em caso de descumprimento da meta.

Caso a meta fiscal seja descumprida por um ano, o governo fica proibido de:

Criar cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa;

Alterar estrutura de carreira que implique aumento de despesa;

Criar ou majorar auxílios;

Criar ou reajustar despesas obrigatórias;

Conceder ou ampliar incentivos fiscais.

Se as metas foram descumpridas por dois anos, ficam proibidos, além de todas as medidas anteriores:

Aumento e reajuste de pessoal

Admissão de pessoal

Realização de concurso público

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