Campos Neto: BC sempre olha demandas e fluxos de câmbio, e escolhe melhor instrumento
O banqueiro central garantiu que a autarquia tem liberdade para atuar com diversos instrumentos
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a autarquia tem buscado os "melhores instrumentos" para intervir no mercado de câmbio. A opção por atuar com leilões à vista se deve à pressão causada por uma saída de recursos, e não por operações de hedge tradicional, afirmou.
"Isso não significa que a gente não vai atuar daqui para a frente com swaps: a gente sempre olha as demandas, olha os fluxos, vê o que está mapeado na Ptax, o que é saída física, e escolhe os melhores instrumentos", afirmou Campos Neto. "A gente tem uma liberdade entre os instrumentos."
O banqueiro central garantiu que a autarquia tem liberdade para atuar com diversos instrumentos. "Até agora, a análise foi de que era preciso atuar no spot, pelo tipo de demanda que a gente estava vendo", afirmou o presidente do BC, durante entrevista coletiva para comentar o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro.
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Campos Neto garantiu que o BC não leva a dívida em consideração na hora de interferir no mercado de câmbio. E acrescentou que, em momentos nos quais ocorre uma mudança nos parâmetros de risco, pode haver corridas por proteção.
Quando isso ocorre, as intervenções do BC têm de ser grandes o bastante para sanar disfuncionalidades, mas não podem gerar a percepção de que a moeda americana perdeu a capacidade de servir como proteção.
"Se as pessoas tiverem a percepção de que perdeu a capacidade de hedge, elas vão procurar outro instrumento, que seja uma proxy daquele, e que tenha um espelhamento do risco-país", ele disse. "Nós não atuamos no câmbio olhando isso. Obviamente, a gente conversa com o Tesouro. Às vezes, a disfuncionalidade é no pré; às vezes, é no câmbio. A nossa tarefa é olhar para o câmbio."
O presidente do BC disse, ainda, que a atuação histórica da autarquia no mercado de câmbio mostra que a função desse tipo de ação é combater disfuncionalidades, e não a percepção de prêmios de risco maiores.