equilíbrio fiscal

Campos Neto defende sistema de metas de inflação em audiência no Senado

Discussão política sobre juros elevado leva Campos Neto ao Senado para prestar esclarecimentos

Roberto Campos Melo, presidente do Banco CentralRoberto Campos Melo, presidente do Banco Central - Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu nesta terça-feira (25) o sistema de metas de inflação e o equilíbrio fiscal nas contas públicas. O chefe da autarquia está reunido com senadores para apresentar explicações sobre a taxa básica de juros em 13,75% - maior patamar desde novembro de 2016. Lula e parte dos aliados continuam com fortes críticas a Campos Neto - que se tornou a figura central para atribuir eventual prejuízo à economia brasileira, com os efeitos da restrição monetária.

"Estamos com juros compatível para esse tipo de problema. Combate à inflação é o maior instrumento social que existe. O nosso trabalho é fazer a inflação convergir para a meta com o mínimo de custo social. A inflação é muito nociva para o rendimento dos mais carentes. Se o Banco Central quisesse convergir a meta de inflação em 2023 em 3,25%, ele teria subido os juros em 26,5%, é óbvio que não vamos fazer isso, estamos buscando suavizar" diz.

Em recentes aparições públicas, o chefe da autarquia voltou a dizer que a luta contra a inflação não foi vencida e que o BC vai continuar sendo "persistente". Além disso, alegou que a discussão levantada por integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva sobre mudanças na meta de inflação é um dos motivos para a piora nas expectativas para os próximos anos.

Campos Neto explica aos senadores que o Banco Central está com a lupa no chamado núcleo de inflação, que verifica a tendência dos preços desconsiderando choques temporários. Ele argumenta que a taxa geral de inflação está “contaminada” por fatores de curto prazo, como a desoneração de combustíveis iniciada no governo Bolsonaro. O núcleo da inflação, portanto, ainda estaria muito pressionado, próximo de 8%.

"Com a adoção de sistema de metas, a inflação fica menos volátil. Há mais de 14 semanas temos pioras nas expectativas de inflação consecutivas. Nós estávamos com expectativas ancoradas até novembro de 2022. Houve piora nas expectativas tanto das expectativas dos analistas quanto na inflação medida pelo mercado."

Roberto Campos Neto voltou a dizer que a alta de juros iniciada em 2021 evitou uma inflação de 10% para este ano no Brasil. Segundo ele, se o BC não tivesse agido com antecedência, os juros precisam estar em 18,75%, o que levaria o país à recessão.

A ala econômica do governo, por outro lado, apresenta uma outra abordagem, ao focar em críticas moderadas à taxa de juros, evitando citar nominalmente o presidente do BC - que decide sobre a Selic ao lado de oito diretores a cada 45 dias. A próxima decisão sairá no dia 3 de maio, próxima semana.

Além dos parâmetros da Selic, Campos Neto está incumbido de apresentar à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) explicações sobre um erro estatístico do Banco Central. No final de janeiro, a série de câmbio contratado de importação sofreu alterações no período de outubro de 2021 a dezembro de 2022.

Em 2021, esse resultado passou de US$ 215,4 bilhões para US$ 217,2 bilhões (dado corrigido) - aumento de US$ 1,7 bilhão. No ano de 2022, o resultado das importações passou de US$ 238,1 bilhões, valor publicado com erro, para U$ 250,9 bilhões. Ou seja, a diferença é de 12,8 bilhões - erro de aproximadamente US$ 1 bilhão de dólares por mês. No acumulado, foram R$ 14,5 bilhões de diferença.

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